terça-feira, 20 de julho de 2010

CARTA PARA UMA AMIGA QUE AINDA NÃO CONHEÇO



Já por muitas noites. Muitas mesmo.
Penso ser imperativo escrever-lhe um poema.
Faltavam-me apenas algumas substâncias.
E faltava por nunca a ter sentido.
Em realidade você era para mim, apenas um foto.
Uma belíssima promessa estabelecida na prova da nossa incapacidade de guardar sorrisos fugazes.
Agora a distância é uma cômoda empoeirada. E te sentir é minha profissão.
E eu pego em suas mãos - acaricio com elas o meu rosto - e sou você.
Os sorrisos que sentimos nos fazem um.
Os toques que não foram, agora são promessas que gritam!
Os olhos que dizem, é imaginação.
Sou agora o reflexo do que quero ser.
Não fujo mais, como que tentando enganar o mais substancial sentimento que pode brotar em nosso íntimo.
Você brotou deste botão
E penetrou como uma espada coruscante imprimindo teu cheiro repousante em mim. Teu cheiro entorpecente, apenas você.
As coisas boas acontecem assim, mansamente.
E você como uma pétala de rosa,
Diante da leveza da tua personalidade,
Deixou-se balar no ar, chegando-me antes como notícia, e agora como realidade.
Quero... Não! Desejo me diluir com você numa pura essência
E assim nos transmutarmos.
Dissipando alegorias, circunstâncias, referências temporais, imaginações oníricas.
Já não sou mais aquele que fui.
E você? Já não é mais quem foi.
Somos apenas dois seres que se desvencilharam do vácuo geográfico
Que separa corpos, separa olhares
Mas, que nunca irá separar o amor,
Que é a vontade dissimulada de viver...
Joubert Barbosa

1 COMENTÁRIOS AQUI:

Anônimo disse...

Linda descrição!

 

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