quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Twitter dá explicação sobre polêmica da ausência do WikiLeaks nos Trending Topics

WikileaksAtualizado às 12h26.
Sob grande pressão durante a semana devido à ausência do caso WikiLeaks nos Trending Topics, o serviço de microblogs Twitter, que lista os temas mais quentes do momento, escreveu uma explicação sobre o assunto em seu blog oficial nesta quinta-feira.
As críticas ocorreram porque internautas notaram que, embora houvesse um fluxo bastante intenso de mensagens devido ao caso WikiLeaks, o termo (e outros correlatos) não apareciam nos Trending Topics.
"Nesta semana, as pessoas se espantaram sobre o WikiLeaks, com alguns perguntando se o Twitter tem bloqueado [as palavras-chave] #wikileaks, #cablegate ou outros tópicos relacionados do aparecimento na lista dos assuntos mais comentados", escreveu o site.
"A resposta: absolutamente não. Na verdade, alguns desses termos foram previamente listados no mundo ou em locais específicos. Dada a confusão difundida sobre o #wikileaks, vamos oferecer uma longa explanação sobre como funcionam os tópicos do Twitter, e por que alguns tópicos populares não figuram na lista."
Ontem, conforme a Folha relatou, o publicitário brasileiro Fernando Motolese (autor do vídeo "Cala Boca, Galvão") bateu boca com o diretor de comunicação do site, Matt Graves, sobre o tema, dentro do próprio serviço de microblogs.
LÓGICA ALGORÍTMICA
"Os temas do Twitter são automaticamente gerados por um algoritmo procura identificar tópicos que estão sendo falados mais instantaneamente do que quando eles eram previamente. A lista de assuntos é desenhada para ajudar as pessoas na descoberta das notícias de mais "última-última" hora por todo o mundo, em tempo real", diz o comunicado.
"A lista de assuntos captura os tópicos mais quentes e emergentes, não apenas o que é mais popular. Colocando de outra forma, o Twitter favorece a novidade em vez da popularidade."
O site diz ainda que há mais de 95 milhões de tuítes diários, e que há um rastreamento do volume de termos mencionados.
"Tópicos irrompem na lista de tendências quando o volume de tuítes sobre eles ganham um momento de crescimento dramático", diz o texto.
Ainda de acordo com o comunicado, "às vezes um tópico não entra na lista tendências porque sua popularidade não é tão difundida quanto as pessoas acreditam. E, às vezes, termos populares não fazem a lista tendências porque a velocidade da conversa não está aumentando de modo suficientemente rápido, em relação ao nível de base da conversa que acontecia em um dia normal --que é o que aconteceu com o #wikileaks nesta semana".
Folha monitorou, em duas ocasiões durante dois dias distintos nesta semana, a menção dos temas pelos internautas em tempo real, por meio do próprio serviço de buscas do microblog.
Durante terça e quarta-feira, o termo "WikiLeaks" sequer figurou na última posição dos Trending Topics mundiais --embora o volume de comentários tenha sido muito grande. O termo (ou outros relacionados) também não aparecia em países como Estados Unidos ou Reino Unido (onde ocorreu a prisão do criador do site, Julian Assange, ontem).
Dentre os cinco assuntos mais "quentes" nos Trending Topics na noite de ontem, apenas a hashtag (símbolo que indica um assunto no Twitter) "#lemmeguess" ultrapassava o tema WikiLeaks: foram, respectivamente, 9.799 e 5.941 menções em um período de meia hora. As demais marcaram menos de 2.100 tuítes --na 3ª posição nos Trending Topics, "Pearl Habor" marcava apenas três menções no mesmo intervalo de tempo.
No final da manhã de hoje, embora o volume de tuítes sobre o WikiLeaks houvesse diminuído, a diferença era considerável, conforme demonstra a reprodução abaixo.
O tema mais bem posicionado nos Trending Topics (veja a marcação vermelha, abaixo), "#leweb", detinha 1.209 tuítes no intervalo de meia hora, enquanto o caso WikiLeaks era o mais mencionado de todos, quando comparados com os cinco temas mais comentados: aparecia com 4.907 menções (veja a marcação azul na reprodução abaixo).
Reprodução
O serviço de medição Trendistic, que aponta as tendências dos assuntos mais comentados do Twitter, também indicava um baixo volume de comentários sobre os Trending Topics nas últimas horas (era quase 0%), enquanto o volume relativo ao WikiLeaks era considerável.
Reprodução
SARAIVADAS
Não demorou muito para que blogueiros e internautas do mundo todo começassem a notar a discrepância (veja aqui, em inglês).
Brasileiros como o publicitário Fernando Motolese (autor do vídeo "Cala Boca, Galvão") e o programador Vinicius K-Max disseram à Folha também acreditar em manipulação dos assuntos do Trending Topics.
Motolese travou um embate hoje com Matt Graves, diretor responsável pelo departamento de comunicação do Twitter, sobre o tema no próprio serviço de microblogs (veja aqui e aqui).
O publicitário chegou a afirmar a Graves que possui uma fonte que trabalha no Twitter, e que ela lhe disse que a aprovação dos Trending Topics é manual.
Tanto Graves quanto o serviço de microblogs já haviam negado as acusações.
O Twitter mudou seu algoritmo da lista de trending topics em maio para o que era popular de imediato. Isso significa que tópicos mencionados em maioria não figurariam, necessariamente, nos Trending Topics.
A medida foi feita para reduzir a aparição de temas como o cantor Justin Bieber, que, devido aos comentários de fãs no serviço, aparecia muito nos Trending Topics.
O método algorítmico também foi questionado por Motolese, contudo. "Por que isso não aconteceu com o 'Cala Boca, Galvão?'", observou ele, sobre o termo mais comentado por semanas durante a Copa do Mundo, em junho.

Fonte:FSP

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