06/12/2010 - 07:38 | Max Altman | São Paulo
Os mandarins, obra da escritora francesa Simone de Beauvoir, conquista em 6 de dezembro de 1954 o maior laurel literário francês, o prêmio Goncourt. O romance traz à cena um grupo de intelectuais parisienses que confrontam suas reflexões sobre uma sociedade afetada pela Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
Simone de Beauvoir é reconhecida no mundo inteiro graças ao seu ensaio feminista intitulado O segundo sexo. Sua relação amorosa e particularmente marginal à época com o filósofo, escritor e dramaturgo Jean-Paul Sartre lhe confere um status singular de mulher independente e totalmente liberada.
Wikicommons
Os Mandarins, de Simone de Beauvoir
Simone Ernestine Marie Bertrand de Beauvoir nasceu em 9 de janeiro de 1908 no seio de uma família católica relativamente abastada. A mais velha de duas irmãs, recebeu uma educação materna severa e tradicional. Criança, ingressou no Instituto Désir, uma escola católica. Muito cedo rejeitou os ensinamentos, declarando-se totalmente ateia.
Simone descobriu então uma profunda paixão pela leitura e pela escrita. A partir de 1926, cursou Filosofia na Universidade de Sorbonne. Ela obteve três anos mais tarde o título de professor titular com um resultado mais que satisfatório, posteriormente lecionando a disciplina em Marselha e depois em Rouen e Paris. Todavia, não satisfeita com a profissão, Simone a abandobou 1943 para seguir uma carreira literária. Seu primeiro romance, A convidada, trata de relacionamentos amorosos inflamados pelo sentimento de ciúme no seio de uma relação tripartite.
Encontro com Sartre
Em 1929, encontra-se com o existencialista Jean-Paul Sartre o que marca uma reviravolta decisiva em sua existência e em seu conceito de vida. Os dois alimentam uma relação intelectual e afetiva muito forte mas não se enquadram numa vida marital tradicional. Recusam-se a dividir o mesmo teto.
Até a morte do filósofo, viveriam o anticonformismo total. As ligações externas faziam parte integrante de sua relação, que por vezes iria incluir uma terceira pessoa em seu jogo amoroso. A relação que Simone manteve com seu amante ilustra perfeitamente suas reflexões sobre a posição da mulher no seio da sociedade e sobre a relação com o outro em geral.
Influências políticas
As idéias que florescem no espírito de Simone de Beauvoir são marcadas desde cedo por um forte engajamento político. A partir de 1926 passa a integrar um movimento socialista. Em 1945, Sartre cria a revista Temps modernes (Tempos Modernos), um periódico de esquerda que publicaria inúmeros de seus artigos. Após a guerra, sua militância política redobraria de intensidade.
A partir de 1947, Simone partiu para descobrir o mundo. Viajou inicialmente aos Estados Unidos, onde se reencontrou com o amante Nelson Algren, depois percorreu a África e a Europa. Em 1955, desembarcou na China. Descobriu Cuba e o Brasil no começo dos anos 1960 e depois,s eguiu para a União Soviética.
Após receber o prêmio Goncourt, Simone decidu abandonar o gênero romanesco para se dedicar aos ensaios e a trabalhos autobiográficos. Em 1958, editou Mémoires d’une jeune fille rangée (Memórias de uma moça bem-comportada), seguida de A força da idade e A força das coisas. Por meio desse afresco autobiográfico, propõe um exemplo de emancipação feminina e desenvolve um estudo sobre o comportamento e a responsabilidade dos homens no seio da sociedade.
Em 1980, falece Jean-Paul Sartre. Simone fica particularmente afetada pela perda. Ela morre em 1986, aos 78 anos, sendo enterrada no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Os mandarins, obra da escritora francesa Simone de Beauvoir, conquista em 6 de dezembro de 1954 o maior laurel literário francês, o prêmio Goncourt. O romance traz à cena um grupo de intelectuais parisienses que confrontam suas reflexões sobre uma sociedade afetada pela Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
Simone de Beauvoir é reconhecida no mundo inteiro graças ao seu ensaio feminista intitulado O segundo sexo. Sua relação amorosa e particularmente marginal à época com o filósofo, escritor e dramaturgo Jean-Paul Sartre lhe confere um status singular de mulher independente e totalmente liberada.
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Os Mandarins, de Simone de Beauvoir
Simone Ernestine Marie Bertrand de Beauvoir nasceu em 9 de janeiro de 1908 no seio de uma família católica relativamente abastada. A mais velha de duas irmãs, recebeu uma educação materna severa e tradicional. Criança, ingressou no Instituto Désir, uma escola católica. Muito cedo rejeitou os ensinamentos, declarando-se totalmente ateia.
Simone descobriu então uma profunda paixão pela leitura e pela escrita. A partir de 1926, cursou Filosofia na Universidade de Sorbonne. Ela obteve três anos mais tarde o título de professor titular com um resultado mais que satisfatório, posteriormente lecionando a disciplina em Marselha e depois em Rouen e Paris. Todavia, não satisfeita com a profissão, Simone a abandobou 1943 para seguir uma carreira literária. Seu primeiro romance, A convidada, trata de relacionamentos amorosos inflamados pelo sentimento de ciúme no seio de uma relação tripartite.
Encontro com Sartre
Em 1929, encontra-se com o existencialista Jean-Paul Sartre o que marca uma reviravolta decisiva em sua existência e em seu conceito de vida. Os dois alimentam uma relação intelectual e afetiva muito forte mas não se enquadram numa vida marital tradicional. Recusam-se a dividir o mesmo teto.
Até a morte do filósofo, viveriam o anticonformismo total. As ligações externas faziam parte integrante de sua relação, que por vezes iria incluir uma terceira pessoa em seu jogo amoroso. A relação que Simone manteve com seu amante ilustra perfeitamente suas reflexões sobre a posição da mulher no seio da sociedade e sobre a relação com o outro em geral.
Influências políticas
As idéias que florescem no espírito de Simone de Beauvoir são marcadas desde cedo por um forte engajamento político. A partir de 1926 passa a integrar um movimento socialista. Em 1945, Sartre cria a revista Temps modernes (Tempos Modernos), um periódico de esquerda que publicaria inúmeros de seus artigos. Após a guerra, sua militância política redobraria de intensidade.
A partir de 1947, Simone partiu para descobrir o mundo. Viajou inicialmente aos Estados Unidos, onde se reencontrou com o amante Nelson Algren, depois percorreu a África e a Europa. Em 1955, desembarcou na China. Descobriu Cuba e o Brasil no começo dos anos 1960 e depois,s eguiu para a União Soviética.
Após receber o prêmio Goncourt, Simone decidu abandonar o gênero romanesco para se dedicar aos ensaios e a trabalhos autobiográficos. Em 1958, editou Mémoires d’une jeune fille rangée (Memórias de uma moça bem-comportada), seguida de A força da idade e A força das coisas. Por meio desse afresco autobiográfico, propõe um exemplo de emancipação feminina e desenvolve um estudo sobre o comportamento e a responsabilidade dos homens no seio da sociedade.
Em 1980, falece Jean-Paul Sartre. Simone fica particularmente afetada pela perda. Ela morre em 1986, aos 78 anos, sendo enterrada no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Fonte: Opera Mundi
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