terça-feira, 27 de julho de 2010

GARAPA E A CONDIÇÃO HUMANA

Hoje vou conversar com você sobre um documentário que assisti há um tempinho atrás.“Garapa” dirigido por José Padilha (“Ônibus 174” e “Tropa de Elite”) me deixou extremamente emocionado. Não foi fácil assisti esse documentário. A ingestão desse tipo de verdade costuma não contribuir para uma boa digestão. Mas embora fosse duro, amargo e em alguns momentos bem azedo. Alguma coisa nele me tragou, e, fui tomado por um sentimento de empatia que não me permitia sair.

A história mostra a ação humana diante das situações mais humilhantes. As pessoas viviam, e ainda vivem, com as ajudas do governo federal nominadas de “bolsa família” e “fome zero”. Essas ajudas, se posso chamar assim, possibilitavam ter alimentos extremamente básicos durante, pelo menos, os 15 primeiros dias de cada mês. Nos dias que se seguiam, as únicas coisas que sobravam eram feijão e açúcar.

Lembro de uma cena que me deixou profundamente comovido. Depois de andar quilômetros para apanhar água barrenta numa poça em que animais também matavam a sede, as mães voltaram para casa e tentaram limpar a água coando-a. Logo após fazer isso, uma das mães foi surpreendida por um dos seus filhos. Era um garotinho de mais ou menos 05 anos que estava com fome e queria fazer uma merenda. Lembro que a mãe começou a chorar e após jogar em uma panelinha duas colheres de açúcar e um pouco de água, levou-a ao fogo. Essa mistura que deu nome ao documentário (Garapa) foi a “merenda” do garotinho que ingenuamente expressou: “gostoso mamãe”. Aquela expressão infantil e feliz cortou meu coração de tal forma, que não pude conter as lágrimas.

A reação daquela criança foi reflexo de um ambiente completamente desprovido de autoestima. É muito triste confirmar que nos acostumamos com toda e qualquer condição, ainda que a dignidade humana se afaste da inerência e se aproxime de uma necessidade urgente.

Se você ainda não assistiu esse documentário sugiro que assista. Servirá, entre outras coisas, para reflexão.


1 COMENTÁRIOS AQUI:

THEIA disse...

AMIGO JOUBERT ESTA REALIDADE TÃO SOFRIDA E AINDA CONSTANTE EM NOSSA SOCIEDADE ME DEIXA MUITO TRISTE E REVOLTADA, MAS TENHO FE DE QUE UM DIA EM MEU MUNDO DE ALICE TUDO ISSO SEJA HISTORIA.

 

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