quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Relação do Irã com a América Latina preocupa Hillary Clinton, indica WikiLeaks


Mahmoud Ahmadinejad recebe Hugo Chávez em Teerã, em outubro - AP
RIO - Telegramas do Departamento de Estado obtidos pelo WikiLeaks e revelados pelo jornal "Le Monde" indicam que uma das prioridades da diplomacia dos Estados Unidos na América Latina é conter a crescente presença do Irã. A relação do país com a região preocupa inclusive a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. A apreensão aparece em uma mensagem secreta assinada por ela e enviada a diversas embaixadas - inclusive a do Brasil - em 23 de janeiro de 2009.
"Teerã está tentando fazer contato com a América Latina para reduzir seu isolamento diplomático e fortalecer seus laços com os Estados de esquerda na região", disse Hillary, no comunicado em que pede informações sobre as relações iranianas.
A secretária de Estado americana atribui essa política ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e destaca a "assistência pessoal" que ele recebe do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ela destaca que o Irã abriu centros culturais em dezesseis países e uma dúzia de embaixadas na região, mas Hillary admite que "não tem informações sobre as intenções estratégicas de Teerã."
"Será que Teerã pretende usar a região como uma plataforma para possíveis ataques terroristas, seja diretamente ou através de subcontratados?", escreve ela em uma das mensagens vazadas. "Será que as autoridades iranianas visam ao território dos Estados Unidos ou de empresas americanas a partir da América Latina?", questiona a secretária.

Iranianos investigariam possibilidade de obter urânio na região
Segundo outros documentos americanos divulgados pelo "El País", desde 2006 o Irã está investigando a possibilidade de obter urânio em vários países da América Latina, especialmente na Venezuela e na Bolívia, de acordo com mensagens trocadas entre embaixadas americanas na região e o Departamento de Estado dos EUA. O urânio é usado em atividades nucleares.
A reportagem afirma que, para os americanos, o interesse iraniano é respaldado por uma ofensiva diplomática da República Islâmica. O jornal diz que, segundo os documentos, é na Venezuela que os iranianos estão desenvolvendo uma maior atividade relacionada à obtenção de urânio. Os EUA acreditam que a ação conta com o aberto respaldo de Chávez.
A representação dos EUA relata que entrou em contato, de forma reservada, com cientistas nucleares locais. Eles afirmaram que Chávez não confia nos especialistas do país e que a Venezuela não tem cientistas qualificados para desenvolver um programa nuclear. Ainda assim, os diplomatas americanos insistem que "não se deve menosprezar os rumores sobre o urânio".
Fonte: O Globo

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