quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pesquisadores descobrem bactéria com DNA "ET"

GIULIANA MIRANDA
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO



Não foi desta vez que a Nasa anunciou que existe vida extraterrestre, diferentemente do que muita gente esperava. A novidade é que existe vida de uma forma distinta do que conhecemos.
A agência espacial americana despertou a curiosidade generalizada desde a última terça-feira, quando divulgou uma nota oficial dizendo que anunciaria uma "descoberta que teria impacto na busca de provas sobre a vida extraterrestre".



Depois de muita expectativa, a Nasa mostrou que a novidade é uma bactéria. Mas não uma simples bactéria.
Henry Bortman/Divulgação
Astrobióloga Felisa Wolfe-Simon recolhe bactérias em lago da Califórnia; espécie substitui o fósforo, fundamental à vida
Astrobióloga Felisa Wolfe-Simon recolhe bactérias em lago da Califórnia; espécie substitui o fósforo, fundamental à vida
Ela incorpora no seu DNA um elemento tóxico que, em tese, não deveria fazer parte da química da vida: o arsênio.
O micro-organismo do grupo das halomonadáceas, que vive num lago numa região gélida e paradisíaca da Califórnia, substituiu o fósforo-- definido pelos biólogos como um dos seis elementos químicos necessários à vida-- por arsênio.
Submetida à privação de fósforo, em condições similares às extraterrestres, a estranha bactéria sobreviveu e se multiplicou.
"Até o momento, achava-se que todos os organismos terrestres precisavam para seu metabolismo ao menos desses seis elementos [carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo]", explica Douglas Galante, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
"Encontrar um contra-exemplo é uma quebra de paradigma sobre o que é realmente necessários à vida", completa o cientista.
Henry Bortman/Divulgação
Micro-organismo do grupo das halomonadáceas vive num lago numa região gélida e paradisíaca da Califórnia
Micro-organismo do grupo das halomonadáceas vive num lago numa região gélida e paradisíaca da Califórnia
A descoberta, que será publicada numa edição futura da revista "Science", foi realizada por um grupo de pesquisadores chefiados por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa e do Serviço Geológico dos EUA.
CETICISMO
Em artigo analítico, a "Science" pondera a descoberta afirmando que, no entanto, o arsênio é muito instável na água.
Além disso, o crescimento da bactéria com o arsênio ficou prejudicado, em comparação com a mesma bactéria que tinha fósforo.
No entanto, a astrobiologia-- área que estuda a origem, a evolução e a distribuição da vida-- está em festa.
"É um artigo que quebra paradigmas", diz Galante. "Mas pode ser que essa quebra ainda não esteja completa. Pode ser que tenhamos descoberto a primeira exceção à regra", conclui.


Fonte: FSP

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