terça-feira, 30 de novembro de 2010

Premiê de Israel apoia troca de territórios para alcançar a paz, revela WikiLeaks

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, apoia uma troca territorial com os palestinos para alcançar um acordo de paz, segundo um dos documentos que o WikiLeaks divulgou na internet.
Trata-se da primeira vez que um documento oficial, neste caso procedente da Embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv, revela a postura do primeiro-ministro israelense sobre uma das questões cruciais das negociações de paz no Oriente Médio.
Segundo o material divulgado e comentado nesta terça-feira pela imprensa local, após as eleições de fevereiro de 2010, Netanyahu se posicionou diante de diplomatas americanos a favor de uma troca territorial com o potencial futuro Estado palestino.
Essa troca permitiria a Israel anexar três grandes blocos de colônias na Cisjordânia --Ma'aleh Adumim, Gush Etzion e Ariel-- e evitar um deslocamento de milhares de colonos para o território israelense de dezenas.
A proposta conta com o apoio do ministro das Relações Exteriores, o ultradireitista Avigdor Lieberman, mas nunca foi apoiado publicamente pelo primeiro-ministro.
De acordo com o jornal israelense "Haaretz", que analisou o telegrama, a posição de Netanyahu sobre as trocas territoriais foram comunicadas ao governo de Barack Obama apenas duas semanas depois das eleições em Israel.
"Netanyahu expressou apoio ao conceito de trocas territoriais e enfatizou que não queria governar a Cisjordânia e a faixa de Gaza mas sim desejava evitar que ataques fossem lançados destes territórios", diz o documento, datado de fevereiro de 2009.
De acordo com o texto do documento sigiloso a ideia do premiê era começar a fortalecer a economia da Cisjordânia para que o território pudesse ter uma infraestutura forte e independente.
GUERRA EM GAZA
Outro telegrama analisado pelo "Haaretz" aponta que o governo de Israel tentou coordenar uma ação com a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e o Egito durante a guerra lançada contra o movimento em 2008, quando ao menos 1.400 palestinos e 13 israelenses morreram.
O documento indica que o ministro de Defesa israelense Ehud Barak destacou que Israel consultou o Egito e a ANP sobre a possibilidade conjunta de controlarem Gaza caso as Forças Armadas israelenses derrotassem o Hamas, o que foi negado por ambos, o que não representou "surpresa alguma", diz o titular da pasta.
No telegrama Ehud Barak diz ainda que a "ANP é fraca e tem falta de autoconfiança".
DISCURSO DO CAIRO
As reuniões ocorreram dias antes do famoso "discurso do Cairo" proferido pelo presidente americano Barack Obama na capital egípcia e semanas antes da primeira visita de Netanyahu a Washington.
O telegrama revela ainda que o governo israelense teria conhecimento prévio sobre o teor do discurso de Obama, no qual indicou que os EUA buscavam uma aproximação com o mundo islâmico e não estavam em guerra contra o islã.
Ehud Barak aparece comentando um debate no gabinete israelense acerca dos "desdobramentos em resposta ao futuro discurso do presidente Obama no Cairo".

Fonte: FSP

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