sexta-feira, 30 de julho de 2010

Collor, Hitler e Mussolini




Minhas convicções são como uma menina cheia de vergonha diante do lépido olhar do garoto escroto. Embora meio sem graça, sou levado pelo instinto a expressar meus pensamentos – mesmo os mais nefastos – na expectativa de que o prazer seja maior do que a dor. E ainda que mais tarde esses pensamentos sejam outros, vou expressá-los sem medo. Não posso ser indiferente ao comportamento humano, principalmente quando esse comportamento pode afetar a vida de milhões de pessoas.

O senador e ex-presidente Fernando Affonso Collor de Mello (PTB), maioral e mandatário de Alagoas, possuído pelo sentimento de superioridade que lhe é característico – tendo como alicerce a certeza de que não será refeição de gusanos quando passar dessa para melhor - tem-se comportado como um troglodita diante das mais diversas situações.

Há cerca de um ano atrás, em um gesto de quase animosidade, o senhor-senador-e-ex-presidente Fernando Collor de Mello amedrontou o colega Pedro Simon (PMDB), com um olhar que expressava fúria e violência na suposta tentativa de defender a honra que cabe a um senador da república. Como se o senador Pedro Simon o tivesse atacado de uma forma vil e traiçoeira. Confesso que por semanas esperei que alguma coisa além do que já tinha triste e temerosamente visto, acontecesse. Mas, embora o senhor-senador-e-ex-presidente Fernando Collor tenha sentido-se vítima de opróbrio, tratou de tomar um chá de camomila para acalmar os nervos.

Infelizmente o chá milagroso que havia livrado o idoso Pedro Simon da fúria do ex-cassador-de-marajás, perdeu seu efeito. E mais uma vez, sentindo-se vítima de uma ruidosa armação contra sua honra já tão atacada, decidiu manifestar sua beligerância por telefone, desta feita, contra o jornalista Hugo Marques da revista IstoÉ. Fazendo uso de uma linguagem “bem popular” (será por causa das eleições?) chamou o jornalista de filho de uma puta e prometeu, se o encontrasse na rua, algumas bofetadas. Quiçá seja para provar a força do braço que tanto já foi usado para lograr um povo entorpecido pela esperança.

A verdade é que senhores como esse - enquanto existirem pessoas que só pensam no agora e votam com a barriga - continuará se achando no direito de responder a qualquer acusação, ainda que existam provas irrefutáveis, como um soldado da ditadura. Porque nos mais recônditos porões da sua existência, a força física é a forma mais persuasiva de convencimento e defesa intelectual.

Hitler pensava assim, Mussolini também. E você Collor, como que pensa?

Esse texto é reflexo da minha insatisfação em relação ao totalitarismo que ainda existe na política brasileira. E como disse no início, embora saiba que posso sentir alguma dor, espero que o prazer das mudanças seja maior.

Sei que esse senhor nunca lerá esse texto, e se o fizer, talvez me considere tão pequeno que não seja acometido pelo desejo de me trucidar. Mas, se eu estiver equivocado e a sua prepotência o motivar a querer me encontrar para me esbofetear. Informo-o que conheço pelo menos uns vinte pais de família que foram vítimas do “Plano Collor” e uns quinze “caras pintadas”. Acho que ter conhecimento dessas lembranças servirá como chá de camomila.

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