tag:blogger.com,1999:blog-74632293232800757482024-03-13T09:16:27.938-07:00Fala ParticularJoubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.comBlogger393125tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-66963754395813382082011-10-06T15:06:00.000-07:002011-10-06T15:06:36.268-07:00Jobs revolucionou seis indústrias, escreve biógrafo; leia artigo
<br />
<table class="articleGraphic">
<tbody>
<tr>
<td class="articleGraphicSpace" rowspan="3"><br /></td>
<td class="articleGraphicCredit"> </td><td class="articleGraphicCredit"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"> </td><td class="articleGraphicCredit" style="text-align: left;"><br /></td><td class="articleGraphicSpace" rowspan="3"><br /></td></tr>
<tr><td class="articleGraphicImage"><img alt="Capa de "Steve Jobs", primeira biografia autorizada do ex-executivo-chefe da Apple, escrita por Walter Isaacson" border="0" src="http://f.i.uol.com.br/folha/tec/images/11279204.jpeg" /></td>
</tr>
<tr align="justify" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
<td class="articleGraphicCaption">Capa de "Steve Jobs", primeira biografia autorizada do ex-executivo-chefe da Apple, escrita por Walter Isaacson</td><td class="articleGraphicCaption"> </td><td class="articleGraphicCaption"> </td><td class="articleGraphicCaption"> </td>
</tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b>POR WALTER ISAACSON</b>
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
A saga de Steve Jobs é o mito de criação da revolução digital em grande
escala: o início de um negócio na garagem de seus pais e sua
transformação na empresa mais valiosa do mundo. Embora não tenha
inventado muitas coisas de cabo a rabo, Jobs era um mestre em combinar
ideias, arte e tecnologia de uma maneira que por várias vezes inventou o
futuro. Ele projetou o Mac depois de apreciar o poder das interfaces
gráficas de uma forma que a Xerox não foi capaz de fazer, e criou o iPod
depois de compreender a alegria de ter mil músicas em seu bolso de uma
forma que a Sony, que tinha todos os ativos e a herança, jamais
conseguiu fazer. Alguns líderes promovem inovações porque têm uma boa
visão de conjunto. Outros o fazem dominando os detalhes. Jobs fez ambas
as coisas, incansavelmente.
</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Em consequência, revolucionou seis indústrias: computadores pessoais,
filmes de animação, música, telefones, tablets e publicação digital.
Pode-se até adicionar uma sétima: lojas de varejo, que Jobs não chegou a
revolucionar, mas repensou. Ao longo do caminho, ele não só produziu
produtos transformadores, mas também, em sua segunda tentativa, uma
empresa duradoura, dotada de seu DNA, que está cheia de designers
criativos e engenheiros ousados que podem levar adiante sua visão.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Jobs tornou-se assim o maior executivo de nossa época, aquele que com
maior certeza será lembrado daqui a um século. A história vai colocá-lo
no panteão, bem ao lado de Edison e Ford. Mais do que ninguém de seu
tempo, ele fez produtos que eram completamente inovadores, combinando o
poder da poesia com processadores. Com uma ferocidade que poderia tornar
o trabalho com ele tão perturbador quanto inspirador, também construiu o
que se tornou, ao menos por um período do mês passado, a empresa mais
valiosa do mundo. E foi capaz de infundir nela a sensibilidade para o
design, o perfeccionismo e a imaginação que fizeram da Apple, com toda
probabilidade, mesmo em décadas futuras, a empresa que melhor prospera
na intersecção entre arte e tecnologia.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
No início do verão de 2004, recebi um telefonema de Jobs. Ele havia sido
intermitentemente amigável comigo ao longo dos anos, com rajadas
ocasionais de intensidade, em especial quando lançava um novo produto
que queria na capa da Time ou em programa da CNN, lugares em que eu
trabalhava. Mas agora que eu não estava mais em nenhum desses lugares,
não tinha notícias frequentes dele. Conversamos um pouco sobre o
Instituto Aspen, para o qual eu havia recentemente entrado, e o convidei
para falar no nosso campus de verão no Colorado. Ele disse que ficaria
feliz de ir, mas não para estar no palco. Na verdade, queria dar uma
caminhada comigo para que pudéssemos conversar.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Isso me pareceu um pouco estranho. Eu ainda não sabia que dar uma longa
caminhada era a sua forma preferida de ter uma conversa séria. No fim
das contas, ele queria que eu escrevesse sua biografia. Eu havia
publicado recentemente uma de Benjamin Franklin e estava escrevendo
outra sobre Albert Einstein, e minha reação inicial foi perguntar, meio
de brincadeira, se ele se considerava o sucessor natural naquela
sequência. Supondo que ele estava no meio de uma carreira oscilante, que
ainda tinha muitos altos e baixos pela frente, eu hesitei. Não agora,
eu disse. Talvez em uma década ou duas, quando você se aposentar.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Mas depois me dei conta de que ele havia me chamado logo antes de ser
operado de câncer pela primeira vez. Enquanto eu o observava lutar
contra a doença, com uma intensidade incrível, combinada com um
espantoso romantismo emocional, passei a achá-lo profundamente atraente,
e percebi quão profundamente sua personalidade estava entranhada nos
produtos que ele criava. Suas paixões, o perfeccionismo, os demônios, os
desejos, o talento artístico, o talento diabólico e a obsessão pelo
controle estavam integralmente ligados a sua abordagem do negócio, e
decidi então tentar escrever sua história como estudo de caso de
criatividade.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
A teoria do campo unificado que une a personalidade de Jobs e os
produtos começa com sua característica mais saliente, a intensidade. Ela
era evidente já nos tempos de escola secundária. Naquela época, ele já
começara com as experiências que faria ao longo de toda a sua vida com
dietas compulsivas - em geral, somente de frutas e legumes - de tal modo
que era tão magro e firme quanto um whippet. Ele aprendeu a olhar fixo
para as pessoas e aperfeiçoou longos silêncios pontuados por rajadas em
staccato de fala rápida.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Essa intensidade estimulou uma visão binária do mundo. Os colegas se
referiam à dicotomia herói/cabeça de bagre; você era um ou o outro, às
vezes no mesmo dia. O mesmo valia para produtos, ideias, até para a
comida: As coisas ou eram "a melhor coisa do mundo" ou uma droga. Era
capaz de provar dois abacates, indistinguíveis para os mortais comuns, e
declarar que um deles era o melhor já colhido e o outro, intragável.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Julgava-se um artista, o que incutiu nele a paixão por design. No início
da década de 1980, quando estava construindo o primeiro Macintosh, não
parava de exigir que o projeto fosse mais "amigável", um conceito
estranho aos engenheiros de hardware da época. Sua solução foi fazer o
Mac evocar um rosto humano, e chegou a manter a faixa acima da tela fina
para que não fosse uma cara de Neanderthal.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Jobs compreendia intuitivamente os sinais que um projeto adequado emite.
Quando ele e seu companheiro de projeto Jony Ive construíram o primeiro
iMac, em 1998, Ive decidiu que o aparelho deveria ter uma alça situada
na parte superior. Era uma coisa mais brincalhona e semiótica do que
funcional. Tratava-se de um computador de mesa. Não muitas pessoas iriam
carregá-lo para cima e para baixo. Mas a alça emitia um sinal de que
você não precisava ter medo da máquina, que podia tocá-la e ela lhe
obedeceria. Os engenheiros objetaram que aquilo aumentaria o custo, mas
Jobs ordenou que fizessem daquele jeito.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Sua busca pela perfeição levou à compulsão de que a Apple tivesse um
controle de ponta a ponta de todos os seus produtos. A maioria dos
hackers e aficionados gostava de personalizar, modificar e conectar
coisas diferentes em seus computadores. Para Jobs, tratava-se de uma
ameaça para uma experiência de usuário inconsútil de ponta a ponta. Seu
parceiro inicial Steve Wozniak, um hacker nato, discordava. Ele queria
incluir oito slots no Apple II para que os usuários pudessem inserir as
placas de circuito menores e os periféricos que quisessem. Jobs
concordou com relutância. Mas, alguns anos mais tarde, quando construiu o
Macintosh, ele o fez à sua maneira. Não havia slots extras ou portas, e
chegou mesmo a usar parafusos especiais para que os aficionados não
pudessem abri-lo e modificá-lo.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Seu instinto de controle significava que ele tinha urticária, ou algo
pior, ao contemplar o excelente software da Apple rodando em hardwares
ruins de outras empresas, e também era alérgico à ideia de aplicativos
ou conteúdos não aprovados poluindo a perfeição de um dispositivo da
Apple. Essa capacidade de integrar hardware, software e conteúdo em um
sistema unificado lhe possibilitava impor a simplicidade. O astrônomo
Johannes Kepler, declarou que "a natureza ama a simplicidade e a
unidade". O mesmo acontecia com Steve Jobs.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Isso o levou a decretar que o sistema operacional do Macintosh não
estaria disponível para o hardware de qualquer outra empresa. A
Microsoft seguiu a estratégia oposta, permitindo que seu sistema
operacional Windows fosse promiscuamente licenciado. Isso não produziu
os computadores mais elegantes, mas levou a Microsoft a dominar o mundo
dos sistemas operacionais. Depois que a fatia de mercado da Apple caiu
para menos de 5%, a estratégia da Microsoft foi declarada vencedora no
reino do computador pessoal.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
A longo prazo, no entanto, o modelo de Jobs mostrou ter algumas
vantagens. Sua insistência na integração de ponta a ponta deu à Apple,
no início do século XXI, uma vantagem no desenvolvimento de uma
estratégia de hub digital, o que permitiu que seu computador de mesa se
ligasse perfeitamente a uma variedade de dispositivos portáteis e
gerenciasse seu conteúdo digital. O iPod, por exemplo, fazia parte de um
sistema fechado e totalmente integrado. Para usá-lo, era preciso
utilizar o software iTunes da Apple e baixar conteúdos da iTunes Store.
Em consequência, o iPod, tal como o iPhone e o iPad que vieram depois,
eram um deleite elegante, em contraste com os canhestros produtos rivais
que não ofereciam uma experiência perfeita de ponta a ponta.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Para Jobs, a crença em uma abordagem integrada era uma questão de
retidão. "Não fazemos essas coisas porque somos malucos por controle",
explicou. "Nós as fazemos porque queremos fazer grandes produtos, porque
nos preocupamos com o usuário e porque gostamos de assumir a
responsabilidade por toda a experiência, ao invés fabricar a porcaria
que outros fazem." Ele também acreditava que estava prestando um serviço
às pessoas. "Elas estão ocupadas fazendo o que sabem fazer melhor e
querem que façamos o que fazemos melhor. Suas vidas estão ocupadíssimas;
elas têm mais coisas a fazer do que pensar em como integrar seus
computadores e dispositivos.".
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Em um mundo cheio de dispositivos inúteis, software pesados, mensagens
de erro inescrutáveis e interfaces irritantes, a insistência de Jobs em
uma abordagem integrada levou à criação de produtos surpreendentes,
caracterizados por uma experiência de usuário deliciosa. Usar um produto
da Apple podia ser tão sublime quanto caminhar em um dos jardins zen de
Quioto que Jobs amava, e nenhuma dessas experiências foi criada pela
adoração no altar da abertura ou deixando mil flores florescem. Às vezes
é bom estar nas mãos de um maníaco por controle.
</div>
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Há algumas semanas, visitei Jobs pela última vez em sua casa de Palo
Alto. Ele se mudara para um quarto no andar de baixo, porque estava
fraco demais para subir e descer escadas, e estava encolhido com um
pouco de dor, mas sua mente ainda estava afiada e seu humor vibrante.
Conversamos sobre sua infância, e ele me deu algumas fotos de seu pai e
da família para usar em minha biografia. Como escritor, estou acostumado
a manter distanciamento, mas fui atingido por uma onda de tristeza
quando tentei dizer adeus. A fim de disfarçar minha emoção, fiz a
pergunta que ainda me deixava perplexo. Por que ele se mostrara tão
disposto, durante quase cinquenta entrevistas e conversas ao longo de
dois anos, a se abrir tanto para um livro, quando costumava ser
geralmente tão discreto? "Eu queria que meus filhos me conhecessem",
disse ele. "Eu nem sempre estava presente, e queria que eles soubessem o
porquê disso e entendessem o que fiz."</div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Fonte: <a href="http://www1.folha.uol.com.br/tec/986723-jobs-revolucionou-seis-industrias-escreve-biografo-leia-artigo.shtml">Folha</a>
</div>
Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-25770016393752064682011-09-19T14:25:00.000-07:002011-09-19T14:47:00.641-07:00“Inovação Acelerada pela Multidão”, segundo Chris Anderson<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dos vídeos mais inspiradores que já vi. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-YINlQT7iAwE/Tne4IgRLmzI/AAAAAAAAAUo/nbYsg9wMpfw/s1600/TED.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="164" src="http://3.bp.blogspot.com/-YINlQT7iAwE/Tne4IgRLmzI/AAAAAAAAAUo/nbYsg9wMpfw/s320/TED.jpg" width="320" /></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<br />
<object height="374" width="526">
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</param>
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<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Talvez, a frase que resume esse vídeo seja essa: <span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 18px;">“copiar para criar, criar para competir, competir para vencer. Já estamos na segunda fase”, proferida por Takeo Fukuda, primeiro ministro do Japão em 1968. </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 18px;"><br /></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 18px;">Embora esse vídeo seja um dos tantos do TED, o encontrei no site: <a href="http://www.conrado.com.br/">conrado</a> a frase também foi retirada do mesmo site. </span></span>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-41928042403203636562011-09-19T13:03:00.000-07:002011-09-19T13:03:40.570-07:00Romantismo offline<span class="Apple-style-span" style="color: #292929; font-family: 'trebuchet ms', Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif, serif; font-size: 11px;"></span><br />
<div class="credito" style="color: #336699; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Por Redação Link</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
<em>Tom Rachman lançou no ano passado, aos 35 anos, seu livro de estreia, ‘The Imperfectionists’, inédito no Brasil. Aclamado pela crítica, o best-seller, um romance sobre um grupo de jornalistas, teve seus direitos de adaptação para o cinema comprados por Brad Pitt. Em crítica ao ‘New York Review of Books’, o também escritor Christopher Buckley diz que teve de ler o livro duas vezes “para entender como ele conseguiu fazer isso”. Neste ensaio inédito no Brasil, Rachman imagina um momento, em 2021, em que a nostalgia do passado analógico levará a uma fuga do digital</em></div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
<strong>Por Tom Rachman, The International Herald Tribune</strong></div>
<table align="right" border="0" class="image"><tbody>
<tr><td><img align="right" alt="" hspace="10" src="http://blogs.estadao.com.br/link/files/2011/09/wanderer-above-the-sea-of-fog.jpg" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px;" vspace="10" /></td></tr>
</tbody><caption><em>Tela. ‘Caminhante Sobre o Mar de Névoa’ (1818), do alemão Caspar David Friedrich. FOTO: Reprodução</em></caption></table>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
As previsões para o futuro tomam como base uma falácia: a ideia de que o amanhã será como hoje, mas um hoje ainda mais atual. O que escapa às adivinhações é o evento singular que transforma tudo. Imagine a opinião que os especialistas manifestavam a respeito da década seguinte no dia 10 de setembro de 2001.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Até <em>1984</em>, obra-prima da ficção futurista, descrevia o período em que foi escrito, tendo como pano de fundo um país semelhante à Grã-Bretanha dos racionamentos de 1948, e a trama dava vazão aos pesadelos totalitários daquele momento. (O romance transcende a própria época graças à genialidade de seu autor, George Orwell, e à triste persistência do seu tema central; basta lembrar da Coreia do Norte nos idos de 2011.)</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Quanto à década seguinte, minhas expectativas são uma projeção das ansiedades e fantasias contemporâneas – em particular, a ascensão das máquinas. Não no sentido habitual da ficção científica, com robôs renegados disparando lasers por aí. Em vez disso, daqui a dez anos, as maravilhas da tecnologia terão alterado ainda mais o nosso cérebro e o nosso próprio ser, provocando uma feroz reação.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Toda grande mudança social é correspondida por um efeito contrário. A globalização levou aos embates mais violentos da última década, entre os que prosperavam dentro deste sistema e aqueles que o consideravam desalmado. Antes disso, a Revolução Industrial levou ao surgimento do romantismo, cujos adeptos criticavam a urbanização e a frieza do comércio moderno, ansiando por uma alternativa idílica às fábricas e às novas tecnologias do século 19.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
A próxima década testemunhará rejeição semelhante, com a ascensão dos românticos offline. Esses saudosistas do mundo desconectado criticarão aquilo que consideram ser a degradação da consciência humana: a capacidade cada vez menor de prestar atenção, a dificuldade de concentração, o zumbido da excitação digital invadindo a vigília.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Quando chegarmos a 2021, haverá governantes, pais e concidadãos insistindo para que sejam tomadas medidas contra os perigos enxergados por eles nos computadores – que, construídos para nos ajudar e nos divertir, acabaram corrompendo a programação do cérebro humano.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Esses saudosistas, ou offliners, defenderão que nossa resposta inicial aos milagres tecnológicos do início do século 21 terá sido ingênua – como a de crianças que descobrem uma máquina mágica de balas e jujubas e se recusam a admitir que empanturrar-se constantemente tem consequências.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Quando o assunto é comida, o exagero leva ao sobrepeso. No caso da tecnologia, dirão os offliners, leva a cérebros flácidos. Eles destacarão que os seres humanos de antes faziam mais do que simplesmente apertar botões à espera de recompensas – sua consciência era exigida, e não apenas satisfeita. Eles tinham memórias internas. Eram capazes de se concentrar numa única tarefa, em vez alternar aos trancos e barrancos entre seis atividades simultâneas. Eram também mais calmos, levando uma existência livre das constantes injeções de adrenalina da excitação digital.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Se essa Nostalgia pelos Dias Desconectados será verdadeira, pouco importa – afinal, esses serão os românticos, para quem a verdade emocional é sempre mais relevante do que a exatidão empírica. De acordo com a sua fervorosa opinião, haverá algo de muito errado na vida que levaremos em 2021.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Os fanáticos vão deixar seus aparelhos eletrônicos desligados por dias, fecharão suas contas de e-mail, sairão das redes sociais, tentarão se apagar do mundo online – um seleto grupo de românticos mais dedicados pode chegar ao extremo de viver sem assistir aos vídeos virais com gatos tocando teclado.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Os moderados consignarão partes de cada dia à vida como costumávamos vivê-la, recorrendo, por exemplo, a conversas cara a cara. Chegarão até a buscar períodos de tédio – aceitando momentos que transcorram na ausência de fones de ouvido, de óculos especiais e de todas as outras formas de entretenimento. Os programadores de software vão explorar esse mercado, desenvolvendo programas que permitam desativar aparelhos, possibilitando que os mais virtuosos se concentrem na vida por algumas horas sem serem sugados pela rede. Os mais autoritários usarão produtos do tipo para impor seus desejos de desconexão a cônjuges, filhos, colegas.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
A ironia do romantismo offline está no fato de que ele será promulgado na rede, sendo impossível conceber os movimentos do futuro desprovidos de um intermediário digital. Seus opositores citarão essa história da sua origem (bem como o irritante nome atribuído a esses nostálgicos offliners) para caçoar deles, caracterizando-os como elitistas, reacionários, sonhadores.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
Esta última acusação será aquela que mais os incomodará. Afinal, olhando para a sociedade como fizeram os românticos do século 19, os offliners saberão que a disputa já terá chegado ao fim. Em 2021, os sonhos não serão mais a respeito do futuro da tecnologia; os sonhos evocarão um modo de vida anterior, mais lento, mais desajeitado e cada vez mais difícil de ser lembrado.</div>
<div style="font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px;">
<em><strong>/ TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL</strong></em></div>
Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-73953980684187882222011-08-22T06:33:00.000-07:002011-08-22T06:59:18.929-07:00Silvio Santos | Discurso Especial nos 30 Anos de SBT<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-wfIADugokUM/TlJgn22u1UI/AAAAAAAAATE/LxShfM6kqzI/s1600/sitemundonovelaslogotipo-do-sbt-30-anos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-wfIADugokUM/TlJgn22u1UI/AAAAAAAAATE/LxShfM6kqzI/s1600/sitemundonovelaslogotipo-do-sbt-30-anos.jpg" /></a></div><br />
Recentemente Silvio Santos fez um discurso durante as comemorações dos 30 anos da fundação do SBT. Esse ícone da televisão brasileira deve sempre ser homenageado e respeitado.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/2_J8id9qVM0" width="420"></iframe>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-27513059538917075372011-08-18T10:04:00.000-07:002011-08-18T10:04:03.200-07:00José Saramago: O fator Deus<br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-ND6Ik-DE-Oc/Tk1Fm1df7XI/AAAAAAAAATA/ruJgpTMtIkc/s1600/19Saramago-cnd-articleInline.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-ND6Ik-DE-Oc/Tk1Fm1df7XI/AAAAAAAAATA/ruJgpTMtIkc/s1600/19Saramago-cnd-articleInline.jpg" /></a><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Algures na Índia. Uma fila de peças de artilharia em posição. Atado à boca de cada uma delas há um homem. No primeiro plano da fotografia um oficial britânico ergue a espada e vai dar ordem de fogo. Não dispomos de imagens do efeito dos disparos, mas até a mais obtusa das imaginações poderá "ver" cabeças e troncos dispersos pelo campo de tiro, restos sanguinolentos, vísceras, membros amputados. Os homens eram rebeldes. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Algures em Angola. Dois soldados portugueses levantam pelos braços um negro que talvez não esteja morto, outro soldado empunha um machete e prepara-se para lhe separar a cabeça do corpo. Esta é a primeira fotografia. Na segunda, desta vez há uma segunda fotografia, a cabeça já foi cortada, está espetada num pau, e os soldados riem. O negro era um guerrilheiro. Algures em Israel. Enquanto alguns soldados israelitas imobilizam um palestino, outro militar parte-lhe à martelada os ossos da mão direita. O palestino tinha atirado pedras. Estados Unidos da América do Norte, cidade de Nova York. Dois aviões comerciais norte-americanos, sequestrados por terroristas relacionados com o integrismo islâmico, lançam-se contra as torres do World Trade Center e deitam-nas abaixo. </span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pelo mesmo processo um terceiro avião causa danos enormes no edifício do Pentágono, sede do poder bélico dos States. Os mortos, soterrados nos escombros, reduzidos a migalhas, volatilizados, contam-se por milhares.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As fotografias da Índia, de Angola e de Israel atiram-nos com o horror à cara, as vítimas são-nos mostradas no próprio instante da tortura, da agônica expectativa, da morte ignóbil. Em Nova York tudo pareceu irreal ao princípio, episódio repetido e sem novidade de mais uma catástrofe cinematográfica, realmente empolgante pelo grau de ilusão conseguido pelo engenheiro de efeitos especiais, mas limpo de estertores, de jorros de sangue, de carnes esmagadas, de ossos triturados, de merda. O horror, agachado como um animal imundo, esperou que saíssemos da estupefação para nos saltar à garganta. O horror disse pela primeira vez "aqui estou" quando aquelas pessoas saltaram para o vazio como se tivessem acabado de escolher uma morte que fosse sua. Agora o horror aparecerá a cada instante ao remover-se uma pedra, um pedaço de parede, uma chapa de alumínio retorcida, e será uma cabeça irreconhecível, um braço, uma perna, um abdômen desfeito, um tórax espalmado. Mas até mesmo isto é repetitivo e monótono, de certo modo já conhecido pelas imagens que nos chegaram daquele Ruanda-de-um-milhão-de-mortos, daquele Vietnã cozido a napalme, daquelas execuções em estádios cheios de gente, daqueles linchamentos e espancamentos daqueles soldados iraquianos sepultados vivos debaixo de toneladas de areia, daquelas bombas atômicas que arrasaram e calcinaram Hiroshima e Nagasaki, daqueles crematórios nazistas a vomitar cinzas, daqueles caminhões a despejar cadáveres como se de lixo se tratasse. De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta aos seres humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus. Já foi dito que as religiões, todas elas, sem exceção, nunca serviram para aproximar e congraçar os homens, que, pelo contrário, foram e continuam a ser causa de sofrimentos inenarráveis, de morticínios, de monstruosas violências físicas e espirituais que constituem um dos mais tenebrosos capítulos da miserável história humana. Ao menos em sinal de respeito pela vida, deveríamos ter a coragem de proclamar em todas as circunstâncias esta verdade evidente e demonstrável, mas a maioria dos crentes de qualquer religião não só fingem ignorá-lo, como se levantam iracundos e intolerantes contra aqueles para quem Deus não é mais que um nome, nada mais que um nome, o nome que, por medo de morrer, lhe pusemos um dia e que viria a travar-nos o passo para uma humanização real. Em troca prometeram-nos paraísos e ameaçaram-nos com infernos, tão falsos uns como outros, insultos descarados a uma inteligência e a um sentido comum que tanto trabalho nos deram a criar. Disse Nietzsche que tudo seria permitido se Deus não existisse, e eu respondo que precisamente por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o pior, principalmente o mais horrendo e cruel. Durante séculos a Inquisição foi, ela também, como hoje os talebanes, uma organização terrorista que se dedicou a interpretar perversamente textos sagrados que deveriam merecer o respeito de quem neles dizia crer, um monstruoso conúbio pactuado entre a religião e o Estado contra a liberdade de consciência e contra o mais humano dos direitos: o direito a dizer não, o direito à heresia, o direito a escolher outra coisa, que isso só a palavra heresia significa.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E, contudo, Deus está inocente. Inocente como algo que não existe, que não existiu nem existirá nunca, inocente de haver criado um universo inteiro para colocar nele seres capazes de cometer os maiores crimes para logo virem justificar-se dizendo que são celebrações do seu poder e da sua glória, enquanto os mortos se vão acumulando, estes das torres gêmeas de Nova York, e todos os outros que, em nome de um Deus tornado assassino pela vontade e pela ação dos homens, cobriram e teimam em cobrir de terror e sangue as páginas da história. Os deuses, acho eu, só existem no cérebro humano, prosperam ou definham dentro do mesmo universo que os inventou, mas o "fator Deus", esse, está presente na vida como se efetivamente fosse o dono e o senhor dela. Não é um deus, mas o "fator Deus" o que se exibe nas notas de dólar e se mostra nos cartazes que pedem para a América (a dos Estados Unidos, não a outra...) a bênção divina. E foi o "fator Deus" em que o deus islâmico se transformou, que atirou contra as torres do World Trade Center os aviões da revolta contra os desprezos e da vingança contra as humilhações. Dir-se-á que um deus andou a semear ventos e que outro deus responde agora com tempestades. É possível, é mesmo certo. Mas não foram eles, pobres deuses sem culpa, foi o "fator Deus", esse que é terrivelmente igual em todos os seres humanos onde quer que estejam e seja qual for a religião que professem, esse que tem intoxicado o pensamento e aberto as portas às intolerâncias mais sórdidas, esse que não respeita senão aquilo em que manda crer, esse que depois de presumir ter feito da besta um homem acabou por fazer do homem uma besta.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao leitor crente (de qualquer crença...) que tenha conseguido suportar a repugnância que estas palavras provavelmente lhe inspiraram, não peço que se passe ao ateísmo de quem as escreveu. Simplesmente lhe rogo que compreenda, pelo sentimento de não poder ser pela razão, que, se há Deus, há só um Deus, e que, na sua relação com ele, o que menos importa é o nome que lhe ensinaram a dar. E que desconfie do "fator Deus". Não faltam ao espírito humano inimigos, mas esse é um dos mais pertinazes e corrosivos. Como ficou demonstrado e desgraçadamente continuará a demonstrar-se.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">José Saramago, escritor português e ganhador do Nobel de Literatura em 1998</span></div></span>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-17540857856043888112011-08-15T18:27:00.000-07:002011-08-15T18:27:11.955-07:00BED PEACE starring John Lennon & Yoko Ono<span class="Apple-style-span" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-DDHVQUOLCJs/TknHVRdOibI/AAAAAAAAAS8/IMyG9kJXrZg/s1600/John+Lennon+e+Yoko+Ono.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="http://2.bp.blogspot.com/-DDHVQUOLCJs/TknHVRdOibI/AAAAAAAAAS8/IMyG9kJXrZg/s320/John+Lennon+e+Yoko+Ono.jpeg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Yoko Ono publicou em seu site oficial a íntegra de um documentário sobre o protesto que fez com John Lennon em 1969.</div><div style="text-align: justify;">O filme, chamado "Bed Peace", tem 70 minutos e estará disponível no endereço Imagine Peace até o próximo dia 21. (Qualquer coisa, façam como eu, baixe para seu computador.)</div><div style="text-align: justify;">O documentário acompanha o Bed-In, famoso protesto feito por Ono e Lennon logo após o seu casamento. Eles ficaram uma semana em um quarto do hotel Hilton em Amsterdã cercados por visitantes e jornalistas para pedir o fim da Guerra do Vietnã.</div><div style="text-align: justify;">Em uma mensagem, Ono diz esperar que a divulgação do filme encoraje e inspire uma nova geração de ativistas.</div><div style="text-align: justify;">"Em 1969, John e eu éramos muito ingênuos por acreditar que o Bed-In iria mudar o mundo. Bom, poderia ter mudado. Mas na época nós não sabíamos", diz Yoko.</div><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/mRjjiOV003Q" width="425"></iframe><br />
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Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-54387557785843757922011-08-09T19:28:00.000-07:002011-08-09T19:28:09.869-07:00Charge "Princípios Editoriais da Globo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://vidadesuporte.com.br/wp-content/uploads/2011/08/Suporte_255.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" src="http://vidadesuporte.com.br/wp-content/uploads/2011/08/Suporte_255.jpg" width="320" /></a></div><br />
Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-8604612168334673442011-08-09T05:35:00.000-07:002011-08-09T05:35:39.002-07:00Jean Wyllys enfrenta Kassab sobre Orgulho Hétero<br />
<div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por Jean Wyllys via <a href="http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/08/05/jean-wyllys-enfrenta-kassab-sobre-orgulho-hetero/">Conversa Afiada</a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2011/08/WyllysKassab1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="140" src="http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2011/08/WyllysKassab1.jpg" width="320" /></a></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Exmo. Sr. Prefeito Gilberto Kassab</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu, Jean Wyllys, como cidadão brasileiro homossexual e deputado federal que defende a causa de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), entre outras venho por meio desta dizer que me sinto afrontado com o projeto de lei 294/2005, do vereador Carlos Apolinário (DEM), que institui o Dia do Orgulho e, nessa condição de parlamentar que tem como função representar os interesses da comunidade LGBT argumentar em favor do veto dessa Lei, que deturpa, e, por que não, viola o princípio constitucional da igualdade.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O senhor sabe, prefeito, que é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil reduzir as desigualdades sociais, conforme está expresso no inciso III do artigo 3º da Constituição Federal. Sabe também que, entre os brasileiros, é garantida a plena igualdade (artigo 5º, caput, da mesma Constituição).</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ocorre que a igualdade não é concebida apenas do ponto de vista formal, senão também do ponto de vista material. Já vem de Aristóteles a idéia de igualdade associada à de justiça. Por isso, ensina o constitucionalista José Afonso da Silva, a equidade só é concebida junto com a outra desigualdade que lhe é e que deve lhe ser complementar: aquela que só será “satisfeita se o legislador tratar de maneira igual os iguais e de maneira desigual os desiguais”. Por isso se diferencia a igualdade formal, segundo a qual os seres da mesma categoria devem ser tratados da mesma forma, da igualdade material, que significa que cada um deve ser tratado de acordo com suas necessidades, méritos e peculiaridades. Nesse sentido, estimado Kassab, o Supremo Tribunal Federal veda a discriminação baseada em critérios arbitrários, mas considera legítimo e necessário o tratamento desigual dos desiguais.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ou seja, com a igualdade material se busca equalizar condições desiguais. Para tanto, além de superar as injustiças socioeconômicas entre as diferentes classes sociais, é necessário romper com estigmas que pesam contra determinados grupos culturais e de identidade que compõem a sociedade brasileira, que por vezes padecem de exclusão simbólica. Como tal desiderato demanda políticas públicas para sua efetivação, a proposição em comento não pode ser aceita.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O sistema global de proteção dos direitos humanos corrobora a necessidade de proteção específica a grupos peculiares.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A primeira fase do desenvolvimento desse sistema foi a da afirmação da igualdade entre todos os indivíduos. Foi marcada pela promulgação do que se chama de Carta Internacional de Direitos Humanos, composta pela Declaração Universal de 1948, pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e pelo Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1966. Pesava aqui o trauma da experiência de diferenciação do nazismo.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A segunda fase foi aquela da “multiplicação dos direitos”, na expressão do filósofo do Direito Norberto Bobbio.Trata-se de um processo em que a noção abstrata de indivíduo dá lugar aos indivíduos concretos, de carne e osso, com posições sociais, identidades e necessidades específicas. Por isso se construiu o sistema especial de proteção dos direitos humanos, que dá tutelas especiais aos diferentes grupos econômicos, sociais e identitários, que culminou nas convenções dos direitos das mulheres, das crianças, contra a discriminação racial, etc.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Assim, na expressão da jurista Flávia Piovesan, o reconhecimento e proteção do indivíduo social e historicamente situado faz com que, ao lado do direito à igualdade, nasça o direito à diferença: importa “assegurar igualdade com respeito à diversidade”. A igualdade material, assim, passa pela busca de justiça social e distributiva, orientada por critérios socioeconômicos, e também pelo reconhecimento de identidades, tratando-se, nesse último caso, de igualdade orientada pelos critérios de gênero, orientação sexual, idade, raça, etnia, etc.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não é por outro motivo que o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou, em 15 de junho deste ano, Resolução sobre direitos humanos, orientação sexual e identidade de gênero. O Conselho, na Resolução, recorda que a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todos os seres humanos são iguais em dignidade e direitos, sem distinção de qualquer natureza, como raça, cor, sexo, língua, religião, política, nascimento ou outro status. A Resolução expressou, ainda, grave preocupação com atos de violência e discriminação contra indivíduos devido à sua orientação sexual e identidade de gênero.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Diante de tal conjuntura internacional, caro prefeito Gilberto Kassab, qual não seria o retrocesso brasileiro caso vossa excelência sancione a lei aprovada pela Câmara de São Paulo. O Dia do Orgulho LGBT (assim como o Dia da Consciência Negra ou o Dia da Mulher) correspondem a políticas públicas que visam construir a equidade por meio de um tratamento desigual para os desiguais e, ao mesmo tempo, contrapor os discursos que historicamente posicionam os homossexuais (assim como os negros ou as mulheres) como subalternos e descartáveis, destruindo sua autoestima. Sem mais, agradeço sua gentileza em receber esta minha carta já que uma conversa entre nós não foi possível por motivos de agenda.</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Jean Wyllys</span></div><div style="line-height: 1.5em !important; margin-bottom: 16px !important; margin-left: 16px !important; margin-right: 16px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Deputado Federal PSOL-RJ</span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-11171239186437175792011-08-08T21:47:00.000-07:002011-08-09T04:57:46.663-07:00Deixemos a passividade de lado: A Globo vai partir pra cima de Amorim<div style="text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="color: red; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 22px;">Recentemente todos fomos surpreendidos pelas loucuras sem responsabilidade divulgadas pelas organizações globo em forma de "princípios editoriais" (</span><a href="http://g1.globo.com/principios-editoriais-das-organizacoes-globo.html" style="line-height: 22px;">caso deseje, leia-os aqui</a><span class="Apple-style-span" style="line-height: 22px;">). O engraçado é que nem quem escreveu esses princípios acreditam neles e acreditam menos ainda que as organizações globo os praticam. No jornalismo praticado por tal grupo, nota-se mais a síndrome do messias, do que algum compromisso com o jornalismo sério. Os "donos da informação" acham que sem eles nós não nos tornaríamos melhores, que só eles podem salvar o mundo dos populistas e vulgares, que são a única salvação para a humanidade corrompida pelos bens materiais fúteis e fugazes. </span></span></em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="color: red; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O texto abaixo escrito pelo grande jornalista Rodrigo Vianna mostra de forma bem clara quanto os princípios da globo são honestos. Não deixem de ler.</span></em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">por<span style="color: red;"> Rodrigo Vianna</span></span></em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: red;"><br />
</span></span></em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-gQwme65Z5iU/TkC7lEK3_1I/AAAAAAAAAS4/WiIdxjYXisQ/s1600/celso_amorim.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="http://3.bp.blogspot.com/-gQwme65Z5iU/TkC7lEK3_1I/AAAAAAAAAS4/WiIdxjYXisQ/s320/celso_amorim.jpg" width="320" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi assim em 2005, quando Kamel queria provar que o “Mensalão” era “o maior escândalo da história republicana”. Quem, a exemplo do então comentarista Franklin Martins, dizia que o “mensalão” era algo a ser provado foi riscado do mapa. Franklin acabou demitido no início de 2006, pouco antes de a campanha eleitoral começar.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No episódio dos “aloprados” e do delegado Bruno, em 2006, foi a mesma coisa. Quem, a exemplo desse escrevinhador e de outros colegas na redação da Globo em São Paulo, ousou questionar (“ok, vamos cobrir a história dos aloprados, mas seria interessante mostrar ao público o outro lado – afinal, o que havia contra Serra no tal dossiê que os aloprados queriam comprar dos Vedoin?”) foi colocado na geladeira. Pior que isso: Ali Kamel e os amigos dele queriam que os jornalistas aderissem a um abaixo-assinado escrito pela direção da emissora, para “defender” a cobertura eleitoral feita pela Globo. Esse escrevinhador, Azenha e o editor Marco Aurélio (que hoje mantem o blog “Doladodelá”) recusamo-nos a assinar. O resultado: demissão.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora, passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.” </span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A questão é: esses ataques vão dar certo? Creio que não. Dilma saiu-se muito bem nas trocas de ministros. A velha mídia está desesperada porque Dilma agora parece encaminhar seu governo para uma agenda mais próxima do lulismo (por mais que, pra isso, tenha tido que se livrar de nomes que Lula deixou pra ela – contradições da vida real). </span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nada disso surpreende, na verdade.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que surprendeu foi ver Dilma na tentativa de se aproximar dessa gente no primeiro semestre. Alguém vendeu à presidenta a idéia de que “era chegada a hora da distensão”. Faltou combinar com os russos.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A realidade, essa danada, com suas contradições, encarregou-se de livrar Dilma de Palocci, Jobim e de certa turma do PR. Acho que aos poucos a realidade também vai indicar à presidenta quem são os verdadeiros aliados. Os “pragmáticos” da esquerda enxergam nas demissões de ministros um “risco” para o governo. Risco de turbulência, risco de Dilma sofrer ataques cada vez mais violentos sem contar agora com as “pontes” (Palocci e Jobim eram parte dessas pontes) com a velha mídia (que comanda a oposição).</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vejo de outra forma. Turbulência e ataques não são risco. São parte da política. </span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao livrar-se de Jobim (que vai mudar para São Paulo, e deve ter o papel de alinhar parcela do PMDB com o demo-tucanismo) e nomear Celso Amorim, Dilma fez uma escolha. Será atacada por isso. Atacada por quem? Pela direita, que detesta Amorim. </span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span id="more-9112"></span>Amorim foi a prova – bem-sucedida – de que a política subserviente de FHC estava errada. O Brasil, com Amorim, abandonou a ALCA, alinhou-se com o sul, e só cresceu no Mundo por causa disso.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Amorim é detestado pelos méritos dele. Ou seja: apanhar porque nomeou Amorim é ótimo!</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como disse um leitor no twitter: “Demóstenes, Álvaro Dias e Reinaldo Azevedo atacam o Celso Amorim; isso prova que Dilma acertou na escolha”.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não se governa sem turbulência. Amorim é um diplomata. Dizer que ele não pode comandar a Defesa porque “diplomatas não sabem fazer a guerra” (como li num jornal hoje) é patético.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Brasil precisa pensar sua estratégia de Defesa de forma cada vez mais independente. É isso que assusta a velha mídia – acostumada a ver o Brasil como sócio menor e bem-comportado dos EUA. Amorim não é nenhum incediário de esquerda. Mas é um nacionalista. É um homem que fala muitas línguas, conhece o mundo todo. Mas segue a ser profundamente brasileiro. E a gostar do Brasil. </span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O mundo será, nos próximos anos, cada vez mais turbulento. EUA caminham para crise profunda na economia. Europa também caminha para o colpaso. Para salvar suas economias, precisam inundar nosso crescente mercado consumidor com os produtos que não conseguem vender nos países deles. O Brasil precisa se defender disso. A defesa começa por medidas cambiais, por política industrial que proteja nosso mercado. Dilma já deu os primeiros passos nessa direção.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas o Brasil – com seus aliados do Cone Sul, Argentna à frente - não será respeitado só porque tem mercado consumidor forte, diversidade cultural e instituições democráticas. Precisamos, sim, reequipar nossas forças armadas. Precisamos fabricar aviões, armas. Precisamos terminar o projeto do submarino com propulsão nuclear.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não se trata de “bravata” militarista. Trata-se do mundo real. A maioria absoluta dos militares brasileiros – que gostam do nosso país – não vai dar ouvidos para Elianes e Alis; vai dar apoio a Celso Amorim na Defesa, assim que perceber que ele é um nacionalista moderado, que pode ajudar a transformar o Brasil em gente grande, também na área de Defesa.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O resto é choro de anões que povoam o parlamento e as redações da velha mídia.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fonte: <a href="http://www.rodrigovianna.com.br/palavra-minha/globo-vai-partir-pra-cima-de-amorim-isso-prova-que-dilma-escolheu-bem.html">Escrevinhador</a></span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-25891399953310003082011-08-06T21:20:00.000-07:002011-08-06T21:20:38.528-07:00Um raríssimo documentário de Joaquim Pedro de Andrade sobre Manuel Bandeira<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“O Poeta do Castelo” é um raríssimo registro de Joaquim Pedro de Andrade sobre o cotidiano do poeta Manuel Bandeira. O cineasta acompanha os gestos banais de sua rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio de Janeiro. No final do vídeo, o momento mais tocante, Bandeira sai para a rua e caminha pela avenida Presidente Wilson, no bairro do Castelo, em direção à Academia Brasileira de Letras. Sua voz em off recita “Vou-me Embora para Pasárgada”. No filme, os versos de Manuel Bandeira são lidos pelo próprio poeta. O documentário, que está disponível no YouTube, é objeto de uma disputa judicial entre uma produtora detentora dos direitos do filme e os herdeiros do poeta.</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</span><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/XjlsWMCq1qM" width="425"></iframe>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-36959988107903699402011-07-28T10:35:00.000-07:002011-07-28T10:35:02.964-07:00"Dia Voa" (Chico Buarque nos bastidores da gravação do novo CD)<iframe src="http://player.vimeo.com/video/26626193?title=0&byline=0&portrait=0&color=ffffff" width="400" height="225" frameborder="0"></iframe><p><a href="http://vimeo.com/26626193">Chico - "Dia Voa"</a> from <a href="http://vimeo.com/chicobastidores">Chico Buarque: Bastidores</a> on <a href="http://vimeo.com">Vimeo</a>.</p>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-31821717824100624482011-07-27T14:25:00.000-07:002011-07-27T14:25:41.262-07:00Uma oração - Jorge Luis Borges<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-6ZdnJyUByGs/TjCCH7k_YpI/AAAAAAAAASM/DRhgco4YZMQ/s1600/Jorge-Luis-Borges.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="273" src="http://4.bp.blogspot.com/-6ZdnJyUByGs/TjCCH7k_YpI/AAAAAAAAASM/DRhgco4YZMQ/s320/Jorge-Luis-Borges.jpg" width="320" /></a></div><div align="justify" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 7px; -webkit-border-vertical-spacing: 7px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afeta. A liberdade de meu arbítrio é talvez ilusória, mas posso dar ou sonhar que dou. Posso dar a coragem, que não tenho; posso dar a esperança, que não está em mim; posso ensinar a vontade de aprender o que pouco sei ou entrevejo. Quero ser lembrado menos como poeta que como amigo; que alguém repita uma cadência de Dunbar ou de Frost ou do homem que viu à meia-noite a árvore que sangra, a Cruz, e pense que pela primeira vez a ouviu de meus lábios. O restante não me importa; espero que o esquecimento não demore. Desconhecemos os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar esses desígnios, que não nos serão revelados.<br />
<br />
Quero morrer completamente; quero morrer com este companheiro, meu corpo.</span></div><div align="justify" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 7px; -webkit-border-vertical-spacing: 7px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br />
Jorge Luis Borges</b> <i>nasceu em 1899 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e faleceu em Genebra, no ano de 1986. É considerado o maior poeta argentino de todos os tempos e é, sem dúvida, um dos mais importantes escritores da literatura mundial.<br />
<br />
"Seu texto é sempre o de uma pessoa que, reconhecendo honestamente a fragilidade e as limitações do ser humano, nos coloca diante de reflexões nas quais, com freqüência, está presente o nosso próprio destino." (Miguel A. Paladino).</i></span></div><div align="justify" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 7px; -webkit-border-vertical-spacing: 7px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div align="justify" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 7px; -webkit-border-vertical-spacing: 7px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fonte: <a href="http://www.releituras.com/jlborges_menu.asp">Releituras</a></span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-30951410889635484022011-07-25T09:42:00.000-07:002011-07-25T09:42:26.349-07:00Quando vamos deixar o "complexo de vira-lata"?<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: red;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;">Nosso complexo de vila-lata é imenso. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;">Sempre ouço ou leio coisas do tipo: no dia em que o Brasil for igual aos Estados Unidos nós estaremos bem; ou, na Europa sim... Se o Brasil aprendesse um pouco mais com os europeus; Brasil, país cheio de corrupção e gente sem escrúpulo. Alguns “especialistas”, jornalistas e outros tantos, teimam em mostrar o Brasil como sendo um país promotor de fracassos e realizador de ações absolutamente equivocadas.</span></i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif;"><i>Por que será que os Estados Unidos e os países europeus são sempre considerados lugares fantásticos, e o Brasil, um simples paisinho de merda? Será que nossos políticos são tão piores do que os políticos dos países ricos? <o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif;"><i>Recentemente Jô Soares foi entrevistar o filósofo Renato Janine Ribeiro e fez o que comumente a elite divulga e vende como verdade absoluta. Lá pelas tantas, Renato Janine Ribeiro, falando sobre a importância de não se ser passivo diante das decisões, sejam elas quais forem, porque para os gregos, os passivos e individualistas, eram idiotas. Jô Soares então, pergunta se um bom síndico é melhor do que um mal deputado, e em uníssono com o próprio Janine, reconhece que um “político” ruim é “pior que tudo”. Essa óbvia constatação é seguida por uma reflexão de Janine: “um mau político faz um estrago tremendo”, que continua: “temos isso (mau político) no Brasil, mas temos isso no mundo todo também...” Nesse momento, Jô Soares tenta corroborar com esse raciocínio, destacando os políticos brasileiros como piores do que os políticos dos países ricos. Ele tenta fazer isso em tom de brincadeira, mas, Janine não embarca na brincadeira e explica que antigamente achava-se que corrupção era coisa de país subdesenvolvido. E continua, “quando agente começa a ver o volume de corrupção dum ex-presidente da França, o Chirac; do que é denunciado na Espanha, na Inglaterra agora, Itália nem se fala; o vice-presidente do Bush fez toda aquela negociata no Iraque... Então, a sensação da corrupção é bem maior hoje no mundo todo, porque naquele tempo o que se dizia era: corrupção tem em países da África, têm em países da América Latina, mas no mundo desenvolvido os países resolveram isso. Sem suportar tais verdades Jô Soares pontua: ... mas peraê, mas a... não há o problema, por exemplo, da impunidade, que é diferente? Ao que Janine responde: “Chirac ta impune, o vice do Bush ta impune, o Berlusconi já é Primeiro Ministro, acho, pela terceira vez...” nesse momento, Jô Soares percebendo a bobagem que falou, destacou o fato de Berlusconi não ser um ilibado exemplo de comportamento, nem na política, nem na vida privada. <o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif;"><i><br />
</i></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: red;"><i>Assistam a entrevista toda, ou somente até os 04min e 20 segundos. Após, leiam o texto escrito por nosso ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Celso Amorim.</i></span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><object data="http://s.videos.globo.com/p2/player.swf" height="360" type="application/x-shockwave-flash" width="480"><param value="true" name="allowFullScreen"><param value="http://s.videos.globo.com/p2/player.swf" name="movie" /><param value="high" name="quality" /><param value="midiaId=1573623&autoStart=false&width=480&height=360" name="FlashVars" /></object></div><br />
<br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O complexo de vira-lata</span></strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></strong></div><em><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por <span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Celso Amorim</span>, na <a href="http://www.cartacapital.com.br/" style="font-weight: bold; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="color: blue;">CartaCapital</span></a></span></em><br />
<div style="line-height: 22px;"><em><br />
</em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Até os jornais brasileiros tiveram de noticiar. Uma força-tarefa criada pelo Conselho de Relações Exteriores, organização estreitamente ligada ao establishment político/intelectual/empresarial dos Estados Unidos, acaba de publicar um relatório exclusivamente dedicado ao Brasil, -pontuado de elogios e manifestações de respeito e consideração. Fizeram parte da força-tarefa um ex-ministro da Energia, um ex-subsecretário de Estado e personalidades destacadas do mundo acadêmico e empresarial, além de integrantes de think tanks, homens e mulheres de alto conceito, muitos dos quais estiveram em governos norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos. O texto do relatório abarca cerca de 80 páginas, se descontarmos as notas biográficas dos integrantes da comissão, o índice, agradecimentos etc. Nelas são analisados vários aspectos da economia, da evolução sociopolítica e do relacionamento externo do Brasil, com natural ênfase nas relações com os EUA. Vou ater-me aqui apenas àqueles aspectos que dizem respeito fundamentalmente ao nosso relacionamento internacional.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Logo na introdução, ao justificar a escolha do Brasil como foco do considerável esforço de pesquisa e reflexão colocado no empreendimento, os autores assinalam: “O Brasil é e será uma força integral na evolução de um mundo multipolar”. E segue, no resumo das conclusões, que vêm detalhadas nos capítulos subsequentes: “A Força Tarefa (em maiúscula no original) recomenda que os responsáveis pelas políticas (policy makers) dos Estados Unidos reconheçam a posição do Brasil como um ator global”. Em virtude da ascensão do Brasil, os autores consideram que é preciso que os EUA alterem sua visão da região como um todo e busquem uma relação conosco que seja “mais ampla e mais madura”. Em recomendação dirigida aos dois países, pregam que a cooperação e “as inevitáveis discordâncias sejam tratadas com respeito e tolerância”. Chegam mesmo a dizer, para provável espanto dos nossos “especialistas” – aqueles que são geralmente convocados pela grande mídia para “explicar” os fracassos da política externa brasileira dos últimos anos – que os EUA deverão ajustar-se (sic) a um Brasil mais afirmativo e independente.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todos esses raciocínios e constatações desembocam em duas recomendações práticas. Por um lado, o relatório sugere que tanto no Departamento de Estado quanto no poderoso Conselho de Segurança Nacional se proceda a reformas institucionais que deem mais foco ao Brasil, distinguindo-o do contexto regional. Por outro (que surpresa para os céticos de plantão!), a força-tarefa “recomenda que a administração Obama endosse plenamente o Brasil como um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É curioso notar que mesmo aqueles que expressaram uma opinião discordante e defenderam o apoio morno que Obama estendeu ao Brasil durante sua recente visita sentiram necessidade de justificar essa posição de uma forma peculiar. Talvez de modo não totalmente sincero, mas de qualquer forma significativo (a hipocrisia, segundo a lição de La Rochefoucault, é a homenagem que o vício paga à virtude), alegam que seria necessária uma preparação prévia ao anúncio de apoio tanto junto a países da região quanto junto ao Congresso. Esse argumento foi, aliás, demolido por David Rothkopf na versão eletrônica da revista Foreign Policy um dia depois da divulgação do relatório. E o empenho em não parecerem meros espíritos de porco leva essas vozes discordantes a afirmar que “a ausência de uma preparação prévia adequada pode prejudicar o êxito do apoio norte-americano ao pleito do Brasil de um posto permanente (no Conselho de Segurança)”.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Seguem-se, ao longo do texto, comentários detalhados sobre a atuação do Brasil em foros multilaterais, da OMC à Conferência do Clima, passando pela criação da Unasul, com referências bem embasadas sobre o Ibas, o BRICS, iniciativas em relação à África e aos países árabes. Mesmo em relação ao Oriente Médio, questão em que a força dos lobbies se faz sentir mesmo no mais independente dos think tanks, as reservas quanto à atuação do Brasil são apresentadas do ponto de vista de um suposto interesse em evitar diluir nossas credenciais para negociar outros itens da agenda internacional. Também nesse caso houve uma “opinião discordante”, que defendeu maior proatividade do Brasil na conturbada região.</span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em resumo, mesmo assinalando algumas diferenças que o relatório recomenda sejam tratadas com respeito e tolerância, que abismo entre a visão dos insuspeitos membros da comissão do conselho norte-americanos- e aquela defendida por parte da nossa elite, que insiste em ver o Brasil como um país pequeno (ou, no máximo, para usar o conceito empregado por alguns especialistas, “médio”), que não deve se atrever a contrariar a superpotência remanescente ou se meter em assuntos que não são de sua alçada ou estão além da sua capacidade. Como se a Paz mundial não fosse do nosso interesse ou nada pudéssemos fazer para ajudar a mantê-la ou obtê-la.</span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-87289755682394017532011-07-22T21:27:00.000-07:002011-07-22T21:27:06.379-07:00Por gastar com mulheres, “Datena me deu um tapa na cara”, diz Kajuru<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Essa entrevista de Kajuru ao jornalista Benjamin Back é fantástica. </span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Boa parte do que ele fala nessa entrevista sobre amizade é verdade. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não vou escrever sobre o assunto hoje, mas, amanhã o farei. De qualquer forma, vou postar o vídeo aqui.</span></div><div><br />
</div><div> </div><br />
<script src="http://player.sambatech.com.br/current/samba-player.js?showRelated=false&playerWidth=460&playerHeight=290&autoStart=true&ph=f9de09a4549bbb6c14ca3b507fe2f7af&m=2c9f94b5312034e501314809cabe21b6&profileName=sambaPlayer-embed.xml">
</script>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-24443477447663403402011-07-22T20:40:00.000-07:002011-07-22T20:44:38.352-07:00Manuel Castells: "Comunicação, poder e democracia"<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nas últimas semanas tenho lindo muita coisa escrita e citada por esse sociólogo catalão. Alguns dos mais conhecidos políticos brasileiros - entre eles FHC e Marina Silva - o tem citado como um dos maiores teóricos da atualidade. Não sei se por influência de Castells, recentemente Marina Silva se desfiliou do PV dizendo que pensaria numa nova forma de fazer política, e o ex-presidente Fernando Henrique lançou um site supostamente "apartidário" para promover </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">discussões sobre questões além da política partidária que contribuirá para a ocorrências das verdadeiras mudanças. </span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acho que Castells tem feito escola no Brasil. Basta continuarmos estudando o pensamento desse homem que inegavelmente nos oferece uma visão opcional em relação a forma de se fazer política. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele que participou ativamente do maio de 68, e de forma lúcida e vibrante, continuou atualizando suas elaborações teóricas sobre a sociedade em rede mais do que comprovadas agora com as recentes manifestações que tomam conta das ruas em todo planeta. Não deixem de ver os vídeos postados abaixo e consultar todo arsenal teórico. Material indispensável para compreendermos o período histórico que estamos vivendo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/2nWa32CTfxs" width="640"></iframe><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/TKfr_EA4ey0" width="640"></iframe><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/ZT3XoHHzonA" width="640"></iframe><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/wAVr2NcpFLA" width="640"></iframe>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-35464262335901670842011-07-19T18:49:00.000-07:002011-07-19T18:49:26.840-07:00Músicas dos anos 90 cantadas A Capella<object style="height: 390px; width: 640px;"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/CMNDdnYOjWw?version=3"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowScriptAccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/CMNDdnYOjWw?version=3" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="640" height="390"></object><br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.sedentario.org/videos/anos-90-a-cappella-45169">Sedentário e Hiperativo</a>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-55622878284257173402011-07-18T13:47:00.000-07:002011-07-18T13:47:59.926-07:00Miguel Nicolelis quer espalhar ciência pelo Brasil<div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="noticia" id="noticia" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div class="foto-legenda" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; display: inline; float: left; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 20px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; width: 652px;"><img src="http://i0.ig.com/fw/ew/uc/yz/ewucyzar3nh4eq3vhaafqnh9g.jpg" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 3px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;" /><div class="credito" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #f8f8f8; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-color: rgb(255, 255, 255); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; clear: both; height: 14px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 3px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 3px; text-decoration: none;"><cite style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; float: left; font: normal normal normal 11px/normal arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Foto: Flavio Moraes/Fotoarena</span></cite></div><div class="legenda" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #f8f8f8; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-color: rgb(255, 255, 255); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; clear: both; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 5px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 5px; text-decoration: none; width: auto;"><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font: normal normal bold 12px/16px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Miguel Nicolelis, durante a Flip, em Paraty: Brasil pode perder a próxima grande revolução científica</span></div></div></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Ele poderia estar enfurnado no laboratório, em meio a macacos, computadores e robôs, atrás da descoberta que poderia valer um inédito Nobel a um cientista brasileiro. Mas o paulistano Miguel Nicolelis acredita no poder transformador da ciência na sociedade.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O neurocientista, que pesquisa as interações entre cérebro e máquinas na Duke University, nos Estados Unidos, viaja o País para divulgar seu livro “Muito Além do Nosso Eu” (Companhia das Letras, R$39,50). Em 552 páginas, ele explica ao público leigo os avanços da neurociência, em especial seu campo de estudo, conhecido como interface cérebro-máquina. Ao mesmo tempo, trabalha com instituições de pesquisa do mundo todo em um ambicioso projeto de uma veste robótica que traria o movimento a tetraplégicos. Fanático por futebol, e Palmeirense roxo, o pesquisador planeja dar o primeiro passo (no caso, chute) de seu projeto no jogo inaugural da Copa do Mundo do Brasil, em 2014.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Nicolelis quer ainda que a ciência brasileira de ponta saia do eixo Rio-São Paulo. Além do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, (que conta com uma “filial” em Macaíba, no mesmo estado), ele fundou escolas de ciência para alunos da rede pública do País. São três escolas, em Natal, Macaíba e Serrinha, na Bahia.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><div style="color: #333333; font-family: arial, helvetica; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Nicolelis recebeu o <strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">iG </strong>em Paraty, durante a Flip, quando conversou sobre seus projetos, ciência brasileira, política e, como fã de futebol, aproveitou para alfinetar a seleção brasileira. Leia abaixo:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: arial; font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">iG: O que motivou o senhor a escrever o livro?</strong></span></div></strong><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: arial; font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis: </strong><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: arial, helvetica;">Várias coisas. A primeira foi divulgar essa fronteira de pesquisa do cérebro que está chegando à prática clínica, e começando a se expandir para a vida real das pessoas. Achei que era o momento ideal para contar essa história, do que aconteceu na neurociência nos últimos 200 anos. As pessoas não estão habituadas a ler algo sobre o cérebro, apesar dele ser a coisa mais íntima da nossa vida. Elas acham que isso é algo muito distante, muito difícil, e eu tentei traduzir para uma linguagem que qualquer pessoa pudesse entender.</span></span></div></strong></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor mistura um pouco com a história da sua vida, da sua pesquisa.</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis</strong>: Por duas razões: primeiro, é importante humanizar o cientista, mostrar que ele é um ser humano comum. E a outra, a teoria que eu descrevo no livro sugere que não existe nenhuma objetividade em nada do que nós fazemos. Tudo é dependente da história de vida de cada um. Então, para entender a minha teoria, as pessoas precisam conhecer quem eu sou.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor tem alguma vontade de virar um escritor-cientista, como Oliver Sacks e Richard Dawkins?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Eu quero ser cientista, primeiro. A maioria desse pessoal não faz ciência. Eu quero continuar fazendo ciência, mas gosto de escrever. Acho que dá para conciliar as duas coisas e fazer as duas coisas num nível profissional. Mas não quero só escrever. Acho que nunca vou deixar de fazer ciência.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: Como foi a recepção do livro no Brasil e nos Estados Unidos?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis: </strong>Aqui no Brasil está sendo espetacular, estou muito satisfeito, vejo muitos jovens lendo. Esse tour que eu fiz pelo Brasil foi muito legal. Encontrei um monte de gente, dei palestras públicas em ambientes que não são naturalmente associados à ciência e vi a resposta das pessoas. Mesmo nos Estados Unidos está sendo muito boa, para um primeiro livro com um tópico tão complexo como é a interface cérebro-máquina.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></strong></span></div><div class="foto-legenda" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; display: inline; float: left; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 20px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; width: 316px;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><a class="lightbox-enabled" credit="Flavio Moraes/Fotoarena" href="http://i0.ig.com/fw/83/8b/kl/838bklr3os3xv484t7b2q7v04.jpg" rel="lightbox-foto" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;" title="Nicolelis: veste robótica para tetraplégicos poderia ser divulgada durante a Copa do Mundo de 2014"><img src="http://i0.ig.com/fw/w9/cp/pe/w9cppea8oxn1a4v7i7r8at0q.jpg" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 3px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;" /></a><div class="credito" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #f8f8f8; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-color: rgb(255, 255, 255); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; clear: both; height: 14px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 3px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 3px; text-decoration: none;"><cite style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; float: left; font: normal normal normal 11px/normal arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;">Foto: Flavio Moraes/Fotoarena</cite><a class="ampliar lightbox-enabled" credit="Flavio Moraes/Fotoarena" href="http://i0.ig.com/fw/83/8b/kl/838bklr3os3xv484t7b2q7v04.jpg" rel="lightbox-ampliar" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: initial; background-image: url(http://i0.ig.com/css/images/sprite_global.gif); background-origin: initial; background-position: -160px -135px; background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; 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border-top-width: 1px; clear: both; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 5px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 5px; text-decoration: none; width: auto;"><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font: normal normal bold 12px/16px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;">Nicolelis: veste robótica para tetraplégicos poderia ser divulgada durante a Copa do Mundo de 2014</div></div></strong></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor poderia explicar como está o andamento das suas pesquisas nos Estados Unidos?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis: </strong>No livro, eu conto toda a história do nosso centro. Somos quase 50 pesquisadores agora, só na parte de pesquisas básicas. Mas nas nossas duas vertentes principais de aplicações clínicas, de Parkinson e paralisia, estamos no momento de fazer a transição para a prática clínica. Espero que em Parkinson daqui a um ano a gente tenha uma decisão. Nós estamos fazendo os estudos em primatas lá em Natal, os primeiros resultados são muito bons. Mas a gente precisa acabar primeiro, ter certeza que tudo funcionou e aí começar a testar.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><div style="color: #333333; font-family: arial, helvetica; text-align: justify; text-decoration: none;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor tem falado muito em um projeto novo, chamado de Walk Again. Poderia explicar do que se trata?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> É um consórcio internacional, um projeto de dez anos, que está tentando construir uma veste robótica de corpo inteiro, para pacientes com graus severos de paralisia. O intuito é restabelecer sua mobilidade através da leitura dos sinais do córtex cerebral. Assim, esse paciente poderia controlar voluntariamente os movimentos da veste. Estamos construindo o primeiro protótipo para teste em primatas até o final do ano. Se esses testes forem bem sucedidos, poderemos migrar para testes em pacientes. Estou propondo ao governo brasileiro fazer uma demonstração desta tecnologia em estágio inicial no jogo de abertura da Copa. Minha ideia é uma criança paraplégica entrar com a Seleção Brasileira andando, controlando a veste e dando o chute inaugural da Copa do Mundo.</span></span></div></strong><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: arial; font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">iG: Seria bonito.</strong></span></div></strong><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: arial; font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: arial, helvetica;"> Seria um sonho, porque acho que seria a primeira partida da História do Brasil que ninguém lembraria do jogo. Se bem que com essa seleção, capaz de ninguém querer lembrar mesmo. Se for o nosso querido Mano [Menezes, atual técnico da Seleção] a coisa fica feia.</span></span></div></strong></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: Quais instituições compõem esse consórcio?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis: </strong>Temos, num grupo inicial, Duke University, Instituto de Neurociências de Natal, Universidade Técnica de Munique, Universidade Politécnica Federal de Lausanne, e uma colaboração técnica com a Universidade Técnica de Berlim. Já temos uma série de propostas de outras instituições e, à medida que o projeto for se desenvolvendo, vamos precisar de expertise do mundo inteiro. E tem outra coisa interessante: queremos fazer desse projeto um projeto ligado, através de uma plataforma de crowdsourcing, a todas as escolas públicas do Brasil, para as crianças participarem com desafios científicos, com propostas, de modo que elas se sintam coparticipantes. Quero que esse seja um projeto catalisador do estudo de ciências no Brasil e que as crianças vejam o impacto da ciência na vida cotidiana através da sua participação.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: Em 2011 surgiram <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/ciencia+avanca+cada+vez+mais+na+interacao+cerebro+e+maquina/n1238018587308.html#1" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #005088; font-weight: bold; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">muitas pesquisas sobre a interface homem-máquina</a>. O senhor considera esses avanços uma competição ao seu trabalho ou uma cooperação? </span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Cientistas geralmente são colaboradores. O mundo da ciência, até pelo menos recentemente, era um mundo muito mais humanístico do que o mundo “aí fora”. Tem certos grupos que tentaram, no passado, pegar essas idéias e rapidamente transformá-las em ideias para fins lucrativos, principalmente nos Estados Unidos. Recentemente o NIH [Instituto Nacional de Saúde, na sigla em inglês, um órgão do governo americano] nos deu dois prêmios em dinheiro para pesquisas nessa área, tanto a <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/miguel+nicolelis+dedica+premio+cientifico+a+seus+professores/n1237732346820.html" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #005088; font-weight: bold; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">pesquisa básica</a> quanto a <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/neurocientista+brasileiro+recebe+premio+nos+eua/n1237787886682.html" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #005088; font-weight: bold; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">pesquisa clínica</a>, algo inédito. Com isso, houve um interesse muito grande e muita gente passou a trabalhar nessa área. Mas eu tendo a ver, até prova em contrário, todas essas ações como extremamente benéficas.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor poderia descrever sua visão de futuro com os avanços da interface homem-máquina?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> O futuro mais próximo vai ser em medicina e reabilitação. Não há dúvida disso. Um sistema que desenvolvemos há 12 anos, de um marcapasso para epilepsia em ratos, está começando a ser usado em dois testes clínicos, um na Califórnia e outro na Brown University. Mas grandes empresas de computação como Apple e Google já estão trabalhando na possibilidade de criar interfaces como essa, não invasivas, para computadores portáteis, telefones. Então você vai controlar ou interagir com o sistema operacional usando só a atividade elétrica do cérebro. Vai ser o fim da tendinite.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; float: left; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 20px; margin-left: 0pt; margin-right: 20px; margin-top: 0pt; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; width: 316px;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #e6e6e6; display: block; float: left; font: normal normal bold 125px/95px Arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: -8px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none; width: 56px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">“</span></strong><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; float: right; font: normal normal bold 18px/normal Arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none; width: 260px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">As normas e práticas da ciência no País ainda são do século 19. Isso precisa mudar rápido, porque é um parto de ostra fazer ciência de alto nível no Brasil", diz Nicolelis</span></div></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></div><div style="color: #333333; font-family: arial, helvetica; text-align: justify; text-decoration: none;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: E como está o trabalho da <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/mercadante+anuncia+comissao+do+futuro/n1238132309116.html" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #005088; font-weight: bold; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Comissão do Futuro</a> do Ministério da Ciência e Tecnologia, que o senhor chefia?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Tivemos a primeira reunião em Brasília, em 5 de maio, criamos todos os subgrupos, e agora estamos começando a trabalhar na primeira fase, que é uma avaliação dos gargalos da ciência brasileira e dos grandes problemas que afligem a produção científica no Brasil. Mas tivemos que esperar toda a legislação ser aprovada. Esse é o grande drama aqui, tudo demora.</span></span></div></strong><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: arial; font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">iG: O senhor se formou pela USP, mas boa parte da sua carreira foi nos Estados Unidos. Como o senhor avalia a evolução da produção científica nacional?</strong></span></div></strong><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: arial; font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis: </strong><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: arial, helvetica;">Quantitativamente ela aumentou muito. Tanto que hoje nós publicamos mais papers do que a Suíça, mas a qualidade dessas publicações ainda está sendo avaliada. O índice de citação brasileiro ainda é insignificante comparado a outros países. O investimento em ciência aumentou muito, nossa infra-estrutura também, mas ainda temos deficiências tremendas nas normas e procedimentos que regem a prática da ciência no Brasil, que são do século 19. Isso é complicado para o cientista brasileiro operar, ele não é competitivo. Isso precisa mudar rápido, porque é realmente um parto de ostra fazer ciência de alto nível no Brasil.</span></span></div></strong></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: Em qual área o Brasil está mais avançado?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Todas as que eu omitir o pessoal vai querer me matar... Mas eu gosto de dizer que o Brasil tem uma vertente tropical forte: pesquisa agropecuária, hídrica, energias alternativas. O número de pesquisadores de biomédica não é desprezível. Tem coisa muito boa sendo feita. Mas o Brasil tem um déficit de pesquisa em engenharia e tecnologia pura muito grande. Já perdemos várias revoluções, como a dos microprocessadores, e estamos a ponto de perder o bonde de outras revoluções, como a da nanotecnologia. A própria área em que trabalhamos, a neurotecnologia, está explodindo no mundo. A nossa esperança é que o Brasil não perca esse bonde também.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor pretende voltar a fazer ciência no Brasil?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Eu já faço, em Natal. Não estou fazendo em tempo integral porque eu também tenho que ter um emprego, né? Aqui eu trabalho de graça. Mas sem dúvida, eu quero um dia voltar para cá. O meu grande sonho de vida nesse momento é voltar para cá, quando terminar certas coisas que comecei nos Estados Unidos. Mas quero atuar de outra maneira. Esse projeto de espalhar escolas de ciência e laboratórios de pesquisa pelo Brasil inteiro é o que eu quero fazer quando voltar.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: O senhor volta e meia no <a href="http://twitter.com/MiguelNicolelis" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #005088; font-weight: bold; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Twitter </a>reclama um pouco das condições de infraestrutura da escola de Natal. O que está acontecendo?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis: </strong>Não é da escola, eu reclamo do estado, da prefeitura de Natal, que é uma catástrofe. Os políticos do Rio Grande do Norte estão ainda na Idade Média. É difícil convencê-los que o século 21 está aqui. E quando você fala isso, os setores que apoiam esses políticos caem matando. É um jogo bem baixo.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG:Mas isso influencia a escola?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Nada. Não influencia nada. Porque eu já não conto com nada. Quando você parte do princípio que nada vai ser feito, é fácil suportar o drama de quando nada é feito.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">iG: Como o senhor mede os resultados desse projeto?</span></strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Essas crianças estão saindo do quase semi-analfabetismo aos 10, 12 anos, para hoje ler um livro, se expressar, entender conceitos básicos de ciência. O conceito ético, humanístico que elas adquiriram ali, elas não tinham de forma alguma e não iam ter na escola que frequentavam.</span></span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #333333; font-family: arial, helvetica; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica; line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"></span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">iG: O senhor planeja espalhar essas escolas pelo Brasil?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Além das três que já temos, existe o projeto Escolas Sem Fronteira, 12 escolas em cidades das fronteiras do Brasil com a América do Sul. Ele está aparentemente aprovado pelo governo e nós temos na Bahia ainda a possibilidade de abrir mais duas escolas.</span></div></strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; font: normal normal normal 14px/20px arial; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 14px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"></div><div style="text-align: justify;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">iG: E o instituto de neurociência, como está?</strong></div><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Miguel Nicolelis:</strong> Instalamos a base de pesquisa, que é a coisa mais difícil. Trouxemos cientistas, estamos recrutando mais, e fazendo o que todo centro de ciência faz, que é tentar produzir e publicar seus resultados e aumentar a massa crítica. Temos várias linhas de pesquisa e inclusive estamos abrindo agora a área de neuroeducação. A ideia é criar um diálogo entre neurocientistas e pedagogos, para otimizar as formas de transmissão de conhecimento para as crianças, baseado no conhecimento que a neurociência está adquirindo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;">Fonte: <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/miguel+nicolelis+quer+espalhar+ciencia+pelo+brasil/n1597087584972.html">IG</a></span></div></strong></span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-13640908756197601032011-07-15T05:20:00.000-07:002011-07-15T05:20:59.757-07:00Mino Carta: Ricardo Teixeira para Rei Momo<span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span class="post-author arial-normal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 14px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 40px; vertical-align: baseline;"><em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 12px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">15 de julho de 2011 às 9:04h</em></span></span><br />
<div class="content-post arial-normal border-bottom padding-top" id="content" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 10px; vertical-align: baseline;"><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Espero que a presidenta e o ministro dos Esportes tenham lido a ótima reportagem de Daniela Pinheiro da revista <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Piauí</em> sobre a peculiar- figura de Ricardo Teixeira, perfil redondo, <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">identikit</em>. O czar da Copa do Mundo de 2014 impávido avisa que estará habilitado então a fazer “a maldade que for”. E para não deixar dúvidas, exemplifica: “A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015”. Teixeira fala com a repórter e a chama de “meu amor”.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Está claro que não precisamos convidar o gajo nas nossas casas para tomar um copo de cerveja, talvez melhor de cachaça vagabunda. Sobretudo se houver crianças presentes. Disse gajo, e confirmo. Soa-me como palavra adequada, embora antiga, a definir a personagem, talhada inexoravelmente para encostar a vasta barriga no banco de algum botequim do arrabalde, a rescender a sardinha frita e bebida derramada.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sobram outras razões de preocupação e constrangimento, a começar pelo fato de que esse indivíduo vulgar, grosseiro até o deboche, e tão visceralmente disposto à maldade, será o mandachuva de uma festa representativa do nosso País- aos olhos do mundo. Mais recomendável seria se o homem fosse escalado para Rei Momo do próximo carnaval carioca, peso para tanto não lhe falta.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Alinho algumas<strong style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"> </strong>sentenças do extraordinário discípulo de João Havelange e Joseph- Blatter colhidas nas páginas da <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Piauí</em>. Ao acaso. “Ca… um montão” para as denúncias da mídia. “Só vou ficar preo-cupado, meu amor, quando sair no <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Jornal Nacional</em>”. A ligação com a Globo-exalta–o-. Ou seria o conluio, a parceria? Nada de surpresas, são estes os donos do Brasil. E ele insiste, altaneiro: “Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito com a Globo”. Crédito? Quem sabe valesse apurar a fundo o significado da palavra.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Notável expressão causou-me sua percepção da sociedade brasileira e como enxerga as classes pobres, obviamente negras. Segundo Teixeira “o neguinho do Harlem olha para o carrão do branco e fala: quero um igual”. Aqui na terra ocorre o contrário: “O negro quer que o branco se f… e perca o carro”. Donde a proclamação “é essa coisa de quinta categoria”. Resta verificar em qual categoria há de ser catalogado Ricardo Teixeira.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora, vejamos. A mídia o alveja porque as mazelas da CBF e do seu presidente são de domínio público há muito tempo. E o alveja por ser <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">longa manu</em> de uma Fifa cada vez mais podre. E mais, o alveja na inescapável previsão da bandalheira que vem por aí. Deus onipotente e onisciente sabe o que pode acontecer. A presidenta e o ministro dos Esportes parecem não saber. <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">CartaCapital</em>confessa, aliás, sua estranheza diante da cordialidade reinante entre Teixeira e o ministro Orlando Silva. Tanta simpatia, tanta complacência incomodam.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Desde a posse de Dilma Rousseff, a revista permite-se chamar a atenção da presidenta em relação aos efeitos que a organização e a realização da Copa terão aqui e lá fora, tanto mais ao se levar em conta o ano eleitoral. O prestígio do País e do seu governo está em jogo desde logo e estará até lá. O papel determinante reservado a Ricardo Teixeira neste enredo não induz a bons presságios.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O ano do Mundial do Brasil é também o das eleições políticas e é lógico, e do ponto de vista de <em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">CartaCapital</em> desejável, que Dilma Rousseff se apresente para a reeleição. Se assim fosse, a candidatura surgiria com naturalidade de um governo feliz, a corresponder, diga-se, à nossa crença. É inegável, porém, que o êxito da presidenta também depende dos passos a caminho da Copa.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vivemos agora uma fase indefinida, a impor ajustes finos e decisões rápidas e firmes. Transparente o contraste entre a lassidão e a leniência de vários setores e figuras da política, e, de improviso, o desconforto e a descrença de outros tantos da opinião pública, sem falar da ação da mídia nativa, sempre pronta a apostar na crise. Aí está o Teixeira, saído da espelunca periférica. Cuidado com ele.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 22px; margin-bottom: 1.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fonte: <a href="http://www.cartacapital.com.br/politica/ricardo-teixeira-para-rei-momo">Carta Capital</a></span></div><div class="clear" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; clear: both; display: block; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; height: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; visibility: hidden; width: 0px;"></div></div><div class="postauthor" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #fafafa; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-color: rgb(243, 243, 243); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-left-color: rgb(243, 243, 243); border-left-style: solid; border-left-width: 1px; border-right-color: rgb(243, 243, 243); border-right-style: solid; border-right-width: 1px; border-style: initial; border-top-color: rgb(243, 243, 243); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; font-size: 11px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 10px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; vertical-align: baseline;"><img alt="" class="avatar avatar-50 photo" height="50" src="http://1.gravatar.com/avatar/db2f13c29414cea21a13142a381f9c75?s=50&d=http%3A%2F%2F1.gravatar.com%2Favatar%2Fad516503a11cd5ca435acc9bb6523536%3Fs%3D50&r=G" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; font-size: 11px; margin-bottom: 8px; margin-left: 0px; margin-right: 15px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" width="50" /><h4 class="red tit-arial" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #993333; display: block; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-weight: bold; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 3px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Mino Carta</h4><div class="arial" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 15px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br</div></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-37726166419429971712011-07-14T09:16:00.000-07:002011-07-14T09:16:08.186-07:00A alma humana é porca como um ânus<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">A alma humana é porca como um ânus</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E a Vantagem dos caralhos pesa em muitas imaginações.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Meu coração desgosta-se de tudo com uma náusea do estômago.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">A Távola Redonda foi vendida a peso,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E a biografia do Rei Artur, um galante escreveu-a.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Mas a sucata da cavalaria ainda reina nessas almas, como um perfil distante.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Está frio.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Ponho sobre os ombros o capote que me lembra um xaile —</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">O xaile que minha tia me punha aos ombros na infância.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Mas os ombros da minha infância sumiram-se antes para dentro dos meus ombros.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E o meu coração da infância sumiu-se antes para dentro do meu coração.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Sim, está frio...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Está frio em tudo que sou, está frio...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Minhas próprias ideias têm frio, como gente velha...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E o frio que eu tenho das minhas ideias terem frio é mais frio do que elas.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Engelho o capote à minha volta...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">O Universo da gente... a gente... as pessoas todas!...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">A multiplicidade da humanidade misturada</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Sim, aquilo a que chamam a vida, como se só houvesse outros e estrelas...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Sim, a vida...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Meus ombros descaem tanto que o capote resvala...</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Querem comentário melhor? Puxo-me para cima o capote.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Ah, parte a cara à vida!</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Levanta-te com estrondo no sossego de ti!</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"><br />
</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px; line-height: normal;">Álvaro de Campos</span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-40881812254944966542011-07-13T14:20:00.000-07:002011-07-13T14:20:26.062-07:00Antonio Candido: “O socialismo é uma doutrina triunfante”<div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 22px;"><em>Por <span class="Apple-style-span" style="color: blue;">Joana Tavares</span>, do<span class="Apple-style-span" style="color: blue;"> <span class="Apple-style-span" style="color: blue; font-weight: bold; text-decoration: none;"><a href="http://www.brasildefato.com.br/" style="font-weight: bold; text-decoration: none;">Brasil de Fato</a></span></span></em></div><div style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 22px;"><em><span class="Apple-style-span" style="color: blue;"><br />
</span></em></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aos 93 anos, Antonio Candido explica a sua concepção de socialismo, fala sobre literatura e revela não se interessar por novas obras</span></em></div><div style="line-height: 22px;"><img alt="" class="alignleft" height="280" src="http://www.brasildefato.com.br/sites/default/files/antoniocandido_F%C3%A1bioCarvalho1.gif" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; text-align: justify;" title="Antonio Candido (Foto: Brasil de Fato)" width="400" /><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Crítico literário, professor, sociólogo, militante. Um adjetivo sozinho não consegue definir a importância de Antonio Candido para o Brasil. Considerado um dos principais intelectuais do país, ele mantém a postura socialista, a cordialidade, a elegância, o senso de humor, o otimismo. Antes de começar nossa entrevista, ele diz que viveu praticamente todo o conturbado século 20. E participou ativamente dele, escrevendo, debatendo, indo a manifestações, ajudando a dar lucidez, clareza e humanidade a toda uma geração de alunos, militantes sociais, leitores e escritores.</span></div><br />
<div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tão bom de prosa como de escrita, ele fala sobre seu método de análise literária, dos livros de que gosta, da sua infância, do começo da sua militância, da televisão, do MST, da sua crença profunda no socialismo como uma doutrina triunfante. “O que se pensa que é a face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele”, afirma.</span></div><div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Brasil de Fato – Nos seus textos é perceptível a intenção de ser entendido. Apesar de muito erudito, sua escrita é simples. Por que esse esforço de ser sempre claro?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Antonio Candido – Acho que a clareza é um respeito pelo próximo, um respeito pelo leitor. Sempre achei, eu e alguns colegas, que, quando se trata de ciências humanas, apesar de serem chamadas de ciências, são ligadas à nossa humanidade, de maneira que não deve haver jargão científico. Posso dizer o que tenho para dizer nas humanidades com a linguagem comum. Já no estudo das ciências humanas eu preconizava isso. Qualquer atividade que não seja estritamente técnica, acho que a clareza é necessária inclusive para pode divulgar a mensagem, a mensagem deixar de ser um privilégio e se tornar um bem comum.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>O seu método de análise da literatura parte da cultura para a realidade social e volta para a cultura e para o texto. Como o senhor explicaria esse método?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Uma coisa que sempre me preocupou muito é que os teóricos da literatura dizem: é preciso fazer isso, mas não fazem. Tenho muita influência marxista – não me considero marxista – mas tenho muita influência marxista na minha formação e também muita influência da chamada escola sociológica francesa, que geralmente era formada por socialistas. Parti do seguinte princípio: quero aproveitar meu conhecimento sociológico para ver como isso poderia contribuir para conhecer o íntimo de uma obra literária. No começo eu era um pouco sectário, politizava um pouco demais minha atividade. Depois entrei em contato com um movimento literário norte-americano, a nova crítica, conhecido como new criticism. E aí foi um ovo de colombo: a obra de arte pode depender do que for, da personalidade do autor, da classe social dele, da situação econômica, do momento histórico, mas quando ela é realizada, ela é ela. Ela tem sua própria individualidade. Então a primeira coisa que é preciso fazer é estudar a própria obra. Isso ficou na minha cabeça. Mas eu também não queria abrir mão, dada a minha formação, do social. Importante então é o seguinte: reconhecer que a obra é autônoma, mas que foi formada por coisas que vieram de fora dela, por influências da sociedade, da ideologia do tempo, do autor. Não é dizer: a sociedade é assim, portanto a obra é assim. O importante é: quais são os elementos da realidade social que se transformaram em estrutura estética.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span id="more-8823"></span></span></div><div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Me dediquei muito a isso, tenho um livro chamado “Literatura e sociedade” que analisa isso. Fiz um esforço grande para respeitar a realidade estética da obra e sua ligação com a realidade. Há certas obras em que não faz sentido pesquisar o vínculo social porque ela é pura estrutura verbal. Há outras em que o social é tão presente – como “O cortiço” [de Aluísio Azevedo] – que é impossível analisar a obra sem a carga social. Depois de mais maduro minha conclusão foi muito óbvia: o crítico tem que proceder conforme a natureza de cada obra que ele analisa. Há obras que pedem um método psicológico, eu uso; outras pedem estudo do vocabulário, a classe social do autor; uso. Talvez eu seja aquilo que os marxistas xingam muito que é ser eclético. Talvez eu seja um pouco eclético, confesso. Isso me permite tratar de um número muito variado de obras.</span></div><div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Teria um tipo de abordagem estética que seria melhor?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Não privilegio. Já privilegiei. Primeiro o social, cheguei a privilegiar mesmo o político. Quando eu era um jovem crítico eu queria que meus artigos demonstrassem que era um socialista escrevendo com posição crítica frente à sociedade. Depois vi que havia poemas, por exemplo, em que não podia fazer isso. Então passei a outra fase em que passei a priorizar a autonomia da obra, os valores estéticos. Depois vi que depende da obra. Mas tenho muito interesse pelo estudo das obras que permitem uma abordagem ao mesmo tempo interna e externa. A minha fórmula é a seguinte: estou interessado em saber como o externo se transformou em interno, como aquilo que é carne de vaca vira croquete. O croquete não é vaca, mas sem a vaca o croquete não existe. Mas o croquete não tem nada a ver com a vaca, só a carne. Mas o externo se transformou em algo que é interno. Aí tenho que estudar o croquete, dizer de onde ele veio.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>O que é mais importante ler na literatura brasileira?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Machado de Assis. Ele é um escritor completo.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>É o que senhor mais gosta?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Não, mas acho que é o que mais se aproveita.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>E de qual o senhor mais gosta?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Gosto muito do Eça de Queiroz, muitos estrangeiros. De brasileiros, gosto muito de Graciliano Ramos… Acho que já li “São Bernardo” umas 20 vezes, com mentira e tudo. Leio o Graciliano muito, sempre. Mas Machado de Assis é um autor extraordinário. Comecei a ler com 9 anos livros de adulto. E ninguém sabia quem era Machado de Assis, só o Brasil e, mesmo assim, nem todo mundo. Mas hoje ele está ficando um autor universal. Ele tinha a prova do grande escritor. Quando se escreve um livro, ele é traduzido, e uma crítica fala que a tradução estragou a obra, é porque não era uma grande obra. Machado de Assis, mesmo mal traduzido, continua grande. A prova de um bom escritor é que mesmo mal traduzido ele é grande. Se dizem: “a tradução matou a obra”, então a obra era boa, mas não era grande.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Como levar a grande literatura para quem não está habituado com a leitura?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">É perfeitamente possível, sobretudo Machado de Assis. A Maria Vitória Benevides me contou de uma pesquisa que foi feita na Itália há uns 30 anos. Aqueles magnatas italianos, com uma visão já avançada do capitalismo, decidiram diminuir as horas de trabalho para que os trabalhadores pudessem ter cursos, se dedicar à cultura. Então perguntaram: cursos de que vocês querem? Pensaram que iam pedir cursos técnicos, e eles pediram curso de italiano para poder ler bem os clássicos. “A divina comédia” é um livro com 100 cantos, cada canto com dezenas de estrofes. Na Itália, não sou capaz de repetir direito, mas algo como 200 mil pessoas sabem a primeira parte inteira, 50 mil sabem a segunda, e de 3 a 4 mil pessoas sabem o livro inteiro de cor. Quer dizer, o povo tem direito à literatura e entende a literatura. O doutor Agostinho da Silva, um escritor português anarquista que ficou muito tempo no Brasil, explicava para os operários os diálogos de Platão, e eles adoravam. Tem que saber explicar, usar a linguagem normal.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>O senhor acha que o brasileiro gosta de ler?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Não sei. O Brasil pra mim é um mistério. Tem editora para toda parte, tem livro para todo lado. Vi uma reportagem que dizia que a cidade de Buenos Aires tem mais livrarias que em todo o Brasil. Lê-se muito pouco no Brasil. Parece que o povo que lê mais é o finlandês, que lê 30 volumes por ano. Agora dizem que o livro vai acabar, né?</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>O senhor acha que vai?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Não sei. Eu não tenho nem computador… as pessoas me perguntam: qual é o seu… como chama?</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>E-mail?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Isso! Olha, eu parei no telefone e máquina de escrever. Não entendo dessas coisas… Estou afastado de todas as novidades há cerca de 30 anos. Não me interesso por literatura atual. Sou um velho caturra. Já doei quase toda minha biblioteca, 14 ou 15 mil volumes. O que tem aqui é livro para visita ver. Mas pretendo dar tudo. Não vendo livro, eu dou. Sempre fiz escola pública, inclusive universidade pública, então é o que posso dar para devolver um pouco. Tenho impressão que a literatura brasileira está fraca, mas isso todo velho acha. Meus antigos alunos que me visitam muito dizem que está fraca no Brasil, na Inglaterra, na França, na Rússia, nos Estados Unidos… que a literatura está por baixo hoje em dia. Mas eu não me interesso por novidades.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>E o que o senhor lê hoje em dia?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Eu releio. História, um pouco de política… mesmo meus livros de socialismo eu dei tudo. Agora estou querendo reler alguns mestres socialistas, sobretudo Eduard Bernstein, aquele que os comunistas tinham ódio. Ele era marxista, mas dizia que o marxismo tem um defeito, achar que a gente pode chegar no paraíso terrestre. Então ele partiu da ideia do filósofo Immanuel Kant da finalidade sem fim. O socialismo é uma finalidade sem fim. Você tem que agir todos os dias como se fosse possível chegar no paraíso, mas você não chegará. Mas se não fizer essa luta, você cai no inferno.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>O senhor é socialista?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Ah, claro, inteiramente. Aliás, eu acho que o socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia.</div></span><br />
<br />
<div style="line-height: 22px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Por quê?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="line-height: 22px; text-align: justify;">Virou capitalismo. A revolução russa serviu para formar o capitalismo. O socialismo deu certo onde não foi ao poder. O socialismo hoje está infiltrado em todo lugar.</div><strong><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 22px;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 22px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; line-height: normal;"><strong><span class="Apple-style-span" style="line-height: 22px;">O socialismo como luta dos trabalhadores?</span></strong></span></div></span></strong><span class="Apple-style-span" style="line-height: 22px;"><div style="text-align: justify;">O socialismo como caminho para a igualdade. Não é a luta, é por causa da luta. O grau de igualdade de hoje foi obtido pelas lutas do socialismo. Portanto ele é uma doutrina triunfante. Os países que passaram pela etapa das revoluções burguesas têm o nível de vida do trabalhador que o socialismo lutou para ter, o que quer. Não vou dizer que países como França e Alemanha são socialistas, mas têm um nível de vida melhor para o trabalhador.</div></span></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Para o senhor é possível o socialismo existir triunfando sobre o capitalismo?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Estou pensando mais na técnica de esponja. Se daqui a 50 anos no Brasil não houver diferença maior que dez do maior ao menor salário, se todos tiverem escola… não importa que seja com a monarquia, pode ser o regime com o nome que for, não precisa ser o socialismo! Digo que o socialismo é uma doutrina triunfante porque suas reivindicações estão sendo cada vez mais adotadas. Não tenho cabeça teórica, não sei como resolver essa questão: o socialismo foi extraordinário para pensar a distribuição econômica, mas não foi tão eficiente para efetivamente fazer a produção. O capitalismo foi mais eficiente, porque tem o lucro. Quando se suprime o lucro, a coisa fica mais complicada. É preciso conciliar a ambição econômica – que o homem civilizado tem, assim como tem ambição de sexo, de alimentação, tem ambição de possuir bens materiais – com a igualdade. Quem pode resolver melhor essa equação é o socialismo, disso não tenho a menor dúvida. Acho que o mundo marcha para o socialismo. Não o socialismo acadêmico típico, a gente não sabe o que vai ser… o que é o socialismo? É o máximo de igualdade econômica. Por exemplo, sou um professor aposentado da Universidade de São Paulo e ganho muito bem, ganho provavelmente 50, 100 vezes mais que um trabalhador rural. Isso não pode. No dia em que, no Brasil, o trabalhador de enxada ganhar apenas 10 ou 15 vezes menos que o banqueiro, está bom, é o socialismo.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>O que o socialismo conseguiu no mundo de avanços?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">O socialismo é o cavalo de Troia dentro do capitalismo. Se você tira os rótulos e vê as realidades, vê como o socialismo humanizou o mundo. Em Cuba eu vi o socialismo mais próximo do socialismo. Cuba é uma coisa formidável, o mais próximo da justiça social. Não a Rússia, a China, o Camboja. No comunismo tem muito fanatismo, enquanto o socialismo democrático é moderado, é humano. E não há verdade final fora da moderação, isso Aristóteles já dizia, a verdade está no meio. Quando eu era militante do PT – deixei de ser militante em 2002, quando o Lula foi eleito – era da ala do Lula, da Articulação, mas só votava nos candidatos da extrema esquerda, para cutucar o centro. É preciso ter esquerda e direita para formar a média. Estou convencido disso: o socialismo é a grande visão do homem, que não foi ainda superada, de tratar o homem realmente como ser humano. Podem dizer: a religião faz isso. Mas faz isso para o que são adeptos dela, o socialismo faz isso para todos. O socialismo funciona como esponja: hoje o capitalismo está embebido de socialismo. No tempo que meu irmão Roberto – que era católico de esquerda – começou a trabalhar, eu era moço, ele era tido como comunista, por dizer que no Brasil tinha miséria. Dizer isso era ser comunista, não estou falando em metáforas. Hoje, a Federação das Indústrias, Paulo Maluf, eles dizem que a miséria é intolerável. O socialismo está andando… não com o nome, mas aquilo que o socialismo quer, a igualdade, está andando. Não aquela igualdade que alguns socialistas e os anarquistas pregavam, igualdade absoluta é impossível. Os homens são muito diferentes, há uma certa justiça em remunerar mais aquele que serve mais à comunidade. Mas a desigualdade tem que ser mínima, não máxima. Sou muito otimista. (pausa). O Brasil é um país pobre, mas há uma certa tendência igualitária no brasileiro – apesar da escravidão – e isso é bom. Tive uma sorte muito grande, fui criado numa cidade pequena, em Minas Gerais, não tinha nem 5 mil habitantes quando eu morava lá. Numa cidade assim, todo mundo é parente. Meu bisavô era proprietário de terras, mas a terra foi sendo dividida entre os filhos… então na minha cidade o barbeiro era meu parente, o chofer de praça era meu parente, até uma prostituta, que foi uma moça deflorada expulsa de casa, era minha prima. Então me acostumei a ser igual a todo mundo. Fui criado com os antigos escravos do meu avô. Quando eu tinha 10 anos de idade, toda pessoa com mais de 40 anos tinha sido escrava. Conheci inclusive uma escrava, tia Vitória, que liderou uma rebelião contra o senhor. Não tenho senso de desigualdade social. Digo sempre, tenho temperamento conservador. Tenho temperamento conservador, atitudes liberais e ideias socialistas. Minha grande sorte foi não ter nascido em família nem importante nem rica, senão ia ser um reacionário. (risos).</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>A Teresina, que inspirou um livro com seu nome, o senhor conheceu depois?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Conheci em Poços de Caldas… essa era uma mulher extraordinária, uma anarquista, maior amiga da minha mãe. Tenho um livrinho sobre ela. Uma mulher formidável. Mas eu me politizei muito tarde, com 23, 24 anos de idade com o Paulo Emílio. Ele dizia: “é melhor ser fascista do que não ter ideologia”. Ele que me levou para a militância. Ele dizia com razão: cada geração tem o seu dever. O nosso dever era político.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>E o dever da atual geração?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Ter saudade. Vocês pegaram um rabo de foguete danado.</div></span><br />
<div style="line-height: 22px;"></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>No seu livro “Os parceiros do Rio Bonito” o senhor diz que é importante defender a reforma agrária não apenas por motivos econômicos, mas culturalmente. O que o senhor acha disso hoje?</strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">Isso é uma coisa muito bonita do MST. No movimento das Ligas Camponesas não havia essa preocupação cultural, era mais econômica. Acho bonito isso que o MST faz: formar em curso superior quem trabalha na enxada. Essa preocupação cultural do MST já é um avanço extraordinário no caminho do socialismo. É preciso cultura. Não é só o livro, é conhecimento, informação, notícia… Minha tese de doutorado em ciências sociais foi sobre o camponês pobre de São Paulo – aquele que precisa arrendar terra, o parceiro. Em 1948, estava fazendo minha pesquisa num bairro rural de Bofete e tinha um informante muito bom, Nhô Samuel Antônio de Camargos. Ele dizia que tinha mais de 90 anos, mas não sabia quantos. Um dia ele me perguntou: “ô seu Antonio, o imperador vai indo bem? Não é mais aquele de barba branca, né?”. Eu disse pra ele: “não, agora é outro chamado Eurico Gaspar Dutra”. Quer dizer, ele está fora da cultura, para ele o imperador existe. Ele não sabe ler, não sabe escrever, não lê jornal. A humanização moderna depende da comunicação em grande parte. No dia em que o trabalhador tem o rádio em casa ele é outra pessoa. O problema é que os meios modernos de comunicação são muito venenosos. A televisão é uma praga. Eu adoro, hein? Moro sozinho, sozinho, sou viúvo e assisto televisão. Mas é uma praga. A coisa mais pérfida do capitalismo – por causa da necessidade cumulativa irreversível – é a sociedade de consumo. Marx não conheceu, não sei como ele veria. A televisão faz um inculcamento sublimar de dez em dez minutos, na cabeça de todos – na sua, na minha, do Sílvio Santos, do dono do Bradesco, do pobre diabo que não tem o que comer – imagens de whisky, automóvel, casa, roupa, viagem à Europa – cria necessidades. E claro que não dá condições para concretizá-las. A sociedade de consumo está criando necessidades artificiais e está levando os que não têm ao desespero, à droga, miséria… Esse desejo da coisa nova é uma coisa poderosa. O capitalismo descobriu isso graças ao Henry Ford. O Ford tirou o automóvel da granfinagem e fez carro popular, vendia a 500 dólares. Estados Unidos inteiro começou a comprar automóvel, e o Ford foi ficando milionário. De repente o carro não vendia mais. Ele ficou desesperado, chamou os economistas, que estudaram e disseram: “mas é claro que não vende, o carro não acaba”. O produto industrial não pode ser eterno. O produto artesanal é feito para durar, mas o industrial não, ele tem que ser feito para acabar, essa é coisa mais diabólica do capitalismo. E o Ford entendeu isso, passou a mudar o modelo do carro a cada ano. Em um regime que fosse mais socialista seria preciso encontrar uma maneira de não falir as empresas, mas tornar os produtos duráveis, acabar com essa loucura da renovação. Hoje um automóvel é feito para acabar, a moda é feita para mudar. Essa ideia tem como miragem o lucro infinito. Enquanto a verdadeira miragem não é a do lucro infinito, é do bem-estar infinito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Fonte</b>: <a href="http://www.brasildefato.com.br/node/6819">Brasil de Fato</a> <b>via</b> <a href="http://www.rodrigovianna.com.br/geral/antonio-candido-%E2%80%9Co-socialismo-e-uma-doutrina-triunfante%E2%80%9D.html">Escrevinhador</a></div></span>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-92133933655508606942011-07-13T11:50:00.000-07:002011-07-13T11:53:34.054-07:00Eduardo Galeano na Espanha<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eduardo Galeano, expressando o seu sentimento em relação a humanidade. Além disso, deixando claro o que o motiva continuar acreditando. Vejam:</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><object height="390" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/mdY64TdriJk&rel=0&hl=en_US&feature=player_embedded&version=3"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowScriptAccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/mdY64TdriJk&rel=0&hl=en_US&feature=player_embedded&version=3" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="640" height="390"></embed></object>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-22747915059424313862011-07-12T19:36:00.000-07:002011-07-12T19:38:56.276-07:00"Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta", diz colega de Tim Lopes<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;"><em class="author" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; font-family: Arial; font-size: 0.75em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;">Jornal do Brasil</em></span><em class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; font-family: Arial; font-size: 0.75em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;">Maria Luisa de Melo</em><em class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; font-family: Arial; font-size: 0.75em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><br />
</em><em class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; font-family: Arial; font-size: 0.75em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-style: normal;"></span></em><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 1.475em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 1.375em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><span class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Se dependesse da TV Globo, eu estaria morta”. A declaração da jornalista Cristina Guimarães – vencedora do Prêmio Esso em 2001, junto com Tim Lopes, pela série ‘Feira das drogas’ – promete causar polêmica e agitar os bastidores do caso que ficou conhecido em todo o país. De volta ao Brasil após passar oito anos se escondendo de traficantes da Rocinha, que ameaçavam matá-la depois de reportagem veiculada no <span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: italic; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">Jornal Nacional</span>, ela conta em livro como a TV Globo lhe virou as costas e garante que o jornalista poderia estar vivo se a emissora tivesse dado atenção às ameaças recebidas. </span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 1.475em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 1.375em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><em class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-style: normal;">De acordo com Cristina, sete meses antes de Tim ser morto por traficantes do Complexo do Alemão, ela entrou com uma ação judicial de rescisão indireta, na qual reclamava da falta de segurança para jornalistas da emissora. As denúncias integram o livro que está sendo escrito por Cristina e deve ser lançado nos Estados Unidos, no início do próximo ano. A obra, segundo a jornalista e publicitária, também deve virar filme. </span></em></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; line-height: 1.475em; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 1.375em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; text-decoration: none;"><em class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-style: normal;">“Não dava para escrever meu livro no Brasil. Aqui a Globo ainda tem uma influência muito forte e a obra poderia ser abafada de alguma maneira. Com o apoio do governo americano, fica mais fácil lançar nos EUA”, pondera. </span></em></div><div style="color: black;"><span class="author" id="autor" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: block; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(Conteúdo exclusivo para assinantes. Acesse e assine, se quiser: <a href="http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/07/12/se-dependesse-da-tv-globo-eu-estaria-morta-diz-colega-de-tim-lopes/">Jornal do Brasil</a>)</span></span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-76756764114890465082011-07-12T19:01:00.000-07:002011-07-12T19:01:30.813-07:00A crise ideológica do capitalismo ocidental- Joseph E. Stiglitz<div style="text-align: justify;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-sqn9R1mREpQ/Thz8QkHqlHI/AAAAAAAAASI/3-oBLnDshQ0/s1600/stig190.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-sqn9R1mREpQ/Thz8QkHqlHI/AAAAAAAAASI/3-oBLnDshQ0/s1600/stig190.jpg" /></a><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Há apenas alguns anos, uma poderosa ideologia — a crença em mercados livres e irrestritos — levou o mundo à beira da ruína. Mesmo no seu auge, do início dos anos 80 até 2007, o capitalismo desregulado ao estilo americano criou maior riqueza material apenas para as pessoas mais ricas nos países mais ricos do mundo. De fato, durante os 30 anos de ascensão desta ideologia, a maioria dos americanos viu sua renda diminuir ou estagnar, ano após ano.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Além disso, o crescimento da produção nos EUA não era economicamente sustentável. Com tanto da renda nacional indo para tão poucos, o crescimento só podia continuar via consumo, financiado por uma montanha crescente de dívidas.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu estava entre os que acreditavam que, de algum modo, a crise financeira daria aos americanos (e a outros) uma lição sobre a necessidade de maior igualdade, regulamentação mais forte e melhor equilíbrio entre mercado e governo. Mas não foi o caso. O ressurgimento de uma política econômica de direita, impulsionada, como sempre, por ideologia e interesses especiais, uma vez mais ameaça a economia global — ou pelo menos as da Europa e dos EUA, onde essas ideias continuam a florescer.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos EUA, esse ressurgimento da direita, cujos adeptos evidentemente buscam revogar as leis básicas da matemática e da economia, ameaça forçar o default da dívida pública federal. Se o Congresso determinar gastos acima das receitas, haverá déficit, que terá de ser financiado. Ao invés de sopesar cuidadosamente os benefícios de cada programa de gastos do governo e os custos de elevar os impostos para financiar esses benefícios, a direita quer usar a marreta — não permitir que a dívida federal se eleve obriga a limitar os gastos à arrecadação tributária.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Isto deixa aberta a questão sobre que gasto deve ter prioridade — e, se não for o pagamento dos juros da dívida pública, o default é inevitável. Além do mais, cortar gastos agora, no meio de uma crise criada pela ideologia do livre mercado, simplesmente prolongaria a retração econômica.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Há uma década, no meio de um boom econômico, os EUA tiveram um superávit tão grande que ameaçava eliminar a dívida federal. Guerras e redução de impostos insustentáveis, uma grande recessão e custos ascendentes do sistema público de saúde — reforçados em parte pelo fato de o governo Bush ter dado aos laboratórios liberdade para fixar preços, mesmo com dinheiro público envolvido — rapidamente transformaram um enorme superávit em déficit recorde.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os remédios para o déficit americano seguem imediatamente esse diagnóstico: pôr os EUA para trabalhar de novo com estímulo à economia; acabar com as guerras insensatas; controlar os gastos militares e o preço dos medicamentos; e aumentar impostos, pelo menos sobre os muitos ricos. Mas a direita não quer nada disso e, ao contrário, pressiona por maiores reduções de impostos para corporações e endinheirados, além de cortes nos investimentos e programas de proteção social, o que coloca o futuro da economia americana em perigo e rasga o que resta do contrato social.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Enquanto isso, o setor financeiro faz intenso lobby para se ver livre de regulamentação para poder voltar às desas- trosas práticas anteriores.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As coisas não estão muito melhores na Europa. Enquanto a Grécia e outros países enfrentam crises, o remédio do dia são desgastados pacotes de austeridade e privatização, que meramente deixarão os países que os abraçarem mais pobres e mais vulneráveis. Isto falhou no Leste da Ásia, na América Latina e em outras regiões, e falhará de novo na Europa. Na verdade, já falhou na Irlanda, na Letônia e na Grécia.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Há uma alternativa: uma estratégia de crescimento apoiada pela União Europeia e pelo FMI. O crescimento restauraria a confiança em que a Grécia poderia pagar sua dívida, resultando em queda dos juros e dando mais liberdade fiscal para outros investimentos que alavanquem a recuperação. O crescimento aumenta a receita tributária e reduz a necessidade de gastos sociais, tais como auxílio-desemprego. E a confiança que ele estabelece conduz a maior crescimento.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lamentavelmente, os mercados financeiros e os economistas de direita vêm o problema exatamente da forma oposta: acreditam que austeridade produz confiança e que confiança produz crescimento. Mas a austeridade solapa o crescimento, agravando a situação fiscal do governo, ou pelo menos causando menos benefícios do que seus advogados prometem. Nos dois casos, a confiança é minada e uma espiral descendente entra em ação.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Precisamos mesmo de outra dispendiosa experiência com ideias que falharam repetidamente? Não, mas parece cada vez mais que teremos de aturar outra, apesar de tudo. Será ruim para a economia global se a Europa ou os EUA não conseguirem voltar a um crescimento robusto. Se isto ocorrer em ambos será um desastre — mesmo se os principais países emergentes conseguirem manter um crescimento sustentado. Infelizmente, a não ser que cabeças mais sábias prevaleçam, esse é o rumo para o qual o mundo caminha.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><div style="text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">JOSEPH E. STIGLITZ , Prêmio Nobel de Economia, é professor da Universidade de Columbia</span></b></div></span>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-22882202723620177212011-07-11T18:01:00.000-07:002011-07-11T18:01:18.290-07:00A espantosa realidade das coisas<div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">A espantosa realidade das coisas</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">É a minha descoberta de todos os dias.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Cada coisa é o que é,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E quanto isso me basta.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Basta existir para se ser completo.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Tenho escrito bastantes poemas.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Hei-de escrever muitos mais, naturalmente.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Cada poema meu diz isto,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E todos os meus poemas são diferentes,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Porque cada coisa que há é uma maneira de dizer isto.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Não me ponho a pensar se ela sente.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Não me perco a chamar-lhe minha irmã.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Mas gosto dela por ela ser uma pedra,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Gosto dela porque ela não sente nada,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Outras vezes oiço passar o vento,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem esforço,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Nem ideia de outras pessoas a ouvir-me pensar;</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Porque o penso sem pensamentos,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Porque o digo como as minhas palavras o dizem.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;"></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Uma vez chamaram-me poeta materialista,</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">E eu admirei-me, porque não julgava</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Que se me pudesse chamar qualquer coisa.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Eu nem sequer sou poeta: vejo.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">O valor está ali, nos meus versos.</div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 14px; height: 1.2em; line-height: 16px; margin-bottom: 0em; margin-top: 0em; min-height: 1.2em; padding-left: 8em; text-indent: -8em;">Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade. - <span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px; line-height: normal;">Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)</span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7463229323280075748.post-42628567343842286892011-07-11T11:38:00.000-07:002011-07-11T11:38:39.838-07:00Falsificações da Revista Veja sobre a Universidade de Brasília<span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;">Idelber Avelar</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Sob o título “Madraçal no Planalto,” a última edição da Revista Veja publicou uma “reportagem” sobre a Universidade de Brasília (UnB) com uma série de erros factuais. A matéria, escrita para demonstrar que a UnB estaria tomada pela intolerância e por “perseguições” a quem pensa diferente de uma reitoria supostamente esquerdista, incorre em várias falsificações e demonstra desconhecimento básico acerca do funcionamento de uma universidade pública brasileira. Uma <a href="http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5304" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">longa lista de personalidades</a>, incluindo até mesmo o insuspeito Ministro Gilmar Mendes, desmentiu categoricamente a Veja nas últimas 48 horas.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A matéria afirma que o Reitor José Geraldo de Sousa Júnior foi eleito depois de uma “manobra” que deu aos alunos o mesmo peso eleitoral dos docentes e dos funcionários. Cumprindo o já conhecido papel de <a href="http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2010/09/30/academicos-amestrados/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">acadêmico amestrado</a> da Veja, o historiador Marco Antônio Villa empresta outra citação para os propósitos da revista: ”Nenhuma universidade de ponta tem esse tipo de sistema eleitoral.” Acontece que a afirmação da revista é falsa. Não houve qualquer “manobra”. O Conselho Universitário, instância máxima de deliberação da universidade, no qual os professores representavam 70% dos votantes–e onde, portanto, os alunos nem de longe tinham o mesmo peso dos docentes–decidiu pela eleição paritária.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A afirmação atribuída ao Prof. Frederico Flósculo—e, tratando-se de Veja, há que se dizer “atribuída”, já que nunca se sabe se o entrevistado realmente disse o que está entre aspas—demonstra ainda mais desconhecimento, não só sobre a UnB, mas acerca de todo o sistema universitário público brasileiro. O Prof. Flósculo teria dito que na UnB “nos últimos anos, meus projetos de pesquisa têm sido sistematicamente rejeitados”. Ora, o financiamento da pesquisa feita em universidades públicas brasileiras vem de órgãos federais, como a CAPES e o CNPq, ou estaduais, como a Fapesp. Os projetos são enviados pelos docentes aos órgãos financiadores e depois avaliados por profissionais da área, sem qualquer participação ou interferência da universidade. Mesmo que ela quisesse, a UnB não poderia “rejeitar” projetos de pesquisa de um docente, posto que não é ela quem os financia. Isso é informação elementar sobre a universidade brasileira, que a Revista Veja não possui ou omite em má fé.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span id="more-261" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A outra inverdade publicada pela Veja se refere à Faculdade de Educação da UnB. Segundo a Revista, a Profa. Inês Pires de Almeida, da Faculdade de Educação, teria sido vítima de “represálias” por parte da Reitoria, perdido a chefia e sofrido “devassa” em seu trabalho . Sublinhe-se que não há qualquer declaração da professora na matéria e não se sabe se ela corrobora a versão da revista, mas o fato é que a Profa. Inês simplesmente perdeu uma eleição. A Faculdade de Educação realizou eleições internas em agosto e setembro de 2010, inclusive com debates públicos entre os candidatos. Venceu a professora Carmenísia Jacobina Aires, que hoje ocupa a direção da FE. A perda da condição de gestora de convênios com órgãos de governo adveio do fato de que … a Profa. Inês não era mais diretora! Simples assim.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Outra falsificação presente na reportagem diz respeito ao Prof. Ibsen Noronha, que teria dito que sua disciplina “desapareceu do currículo”. O Prof. Ibsen Noronha é conhecido por ter sido o advogado que acompanhou o DEM na ação contra as cotas no STF, ter levado uma <a href="http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2010/03/04/professor-pede-silencio-em-audiencia-de-cotas-irrita-ministro-915987789.asp" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">reprimenda pública</a> do Ministro Lewandowski e ter escrito um <a href="http://caririag.blogspot.com/2009/06/sua-alteza-o-principe-dom-pedro-luiz.html" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">perfil elogioso</a> de um príncipe da família real. Quanto ao teor da matéria, a realidade dos fatos é que Ibsen Noronha jamais foi professor concursado da UnB. Longe de “desaparecer do currículo”, o conteúdo em questão foi incorporado a uma disciplina obrigatória, “História do Direito” que, como tal, só pode ser ministrada por professores efetivos da instituição.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A matéria de Veja resvala na difamação pura e simples ao afirmar que o “único mérito acadêmico evidente” do atual Reitor, o Prof. José Geraldo de Sousa Júnior, “deriva de sua militância política”. O currículo do Prof. José Geraldo inclui: a autoria de quatro livros acadêmicos e a organização de 24 publicações, além de 56 artigos em periódicos e 43 capítulos de livros.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Curiosamente, a foto que ilustra a matéria da Veja traz como subtítulo “professores reclamam de controle ideológico”, mas é na verdade a imagem de uma livre manifestação dos estudantes pela aceleração das obras de extensão do campus. A ironia extra é que depois dessa manifestação, os estudantes foram recebidos pela reitoria para negociar.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A reação à “reportagem” da Veja foi contundente. O Diretório Central dos Estudantes <a href="http://caletunb.blogspot.com/2011/07/carta-aberta-de-resposta-revista-veja.html" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">publicou uma carta</a>. O Reitor <a href="http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5306" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">também</a>. A respeitada Professora Barbara Freitag-Rouanet escreveu <a href="http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=409" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">uma bela resposta</a>, assim como o <a href="http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=412" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">Prof. Aldo Paviani</a>. Uma longa <a href="http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5304" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">lista de testemunhos</a> também contradisse a matéria. Veja ouviu seis professores.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É mais um capítulo na história da Revista Veja, que agora replica estratégias já <a href="http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2011/04/04/as-origens-da-expressao-%E2%80%9Cpoliticamente-correto%E2%80%9D/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;" target="_blank">adotadas em outras comarcas</a> para desqualificar instituições públicas de ensino com objetivos que têm muito pouco a ver com a busca da verdade.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fonte: <a href="http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2011/07/06/falsificacoes-da-revista-veja-sobre-a-universidade-de-brasilia/">Outro Olhar</a></span></div>Joubert Barbosahttp://www.blogger.com/profile/00443090971578740819noreply@blogger.com0